DIMMI AMORA BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O juiz Sergio Moro havia
mandado suspender as interceptações telefônicas antes do horário em que a
Polícia Federal gravou o diálogo entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva e a presidente Dilma Rousseff nesta quarta-feira (16), no qual
é discutido o termo de posse do novo chefe da Casa Civil.
De acordo com os dados do processo, o juiz diz que: "As
interceptações foram autorizadas por meio da decisão do evento 4 [em 19
de fevereiro de 2016]. Tendo sido deflagradas diligências ostensivas de
busca e apreensão no processo 5006617-29.2016.4.04.7000, não vislumbro
mais razão para a continuidade da interceptação. Assim, determino a sua
interrupção. Ciência à autoridade policial com urgência, inclusive por
telefone. Ciência ao MPF [Ministério Público Federal] para
manifestação", informa documento do processo assinado eletronicamente
por Moro às 11h12.
Trinta e dois minutos depois, a secretária da vara de Moro, Flávia
Cecília Maceno Blanco assina documento eletrônico dizendo que informou
ao delegado da Polícia Federal, Luciano Flores de Lima, por telefone da
decisão.
Entre 12h17 e 12h18, Moro envia comunicações aos diretores das
operadoras telefônicas do país informando que várias linhas telefônicas
não devem ser mais interceptadas. Entre eles está o ofício à Claro
solicitando que "sejam adotadas todas as providências necessárias ao
cancelamento imediato da interceptação" incluindo a linha celular de
Lula.
Em documento anexado às 15h34, contudo, a equipe de análise da
Polícia Federal da Lava Jato informa ao delegado Luciano que às 13h32
foi gravado um telefonema da mesma linha, revelando o diálogo entre Lula
e Dilma. O juiz Moro não se pronunciou sobre o episódio. Procuradas, as
assessorias da PF no Paraná e em Brasília ainda não se pronunciaram.
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