segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Londrinenses viram eclipse,apesar do tempo nublado

Fenômeno foi observado com auxílio de telescópios e filtros especiais, mesmo com as nuvens atrapalhando a visibilidade 

Marcos Zanutto
Marcos Zanutto - Dezenas de pessoas foram ao Planetário de Londrina no domingo para ver o eclipse: fenômeno que pode ser visto parcialmente pela manhã, perdeu visibilidade no seu auge, a partir das 11 horas
 
Dezenas de pessoas foram ao Planetário de Londrina no domingo para ver o eclipse: fenômeno que pode ser visto parcialmente pela manhã, perdeu visibilidade no seu auge, a partir das 11 horas

O primeiro eclipse de 2017 quase foi ofuscado pelo mau tempo. O início do fenômeno estavam marcado para às 9h50, mas as nuvens carregadas no céu de Londrina frustavam as dezenas de pessoas que foram até o Planetário para acompanhar o evento. Alguns minutos antes do horário marcado, algumas nuvens se dispersaram e foi possível visualizar a sombra da lua projetada no sol.
Enquanto aguardava o início do fenômeno, o representante Marcelo Swenson, de 48 anos, recordava de quando viu um eclipse total. "Eu tinha a idade dele (apontando para o filho). Ficou tudo escuro, eu estava na rua lá em Bauru (SP). Nunca esqueci", contou.
Ele levou o filho Gregório, de 7 anos, ao Planetário para também ter uma experiência inesquecível. "Ele começou a se interessar pelos planetas e acho que isso vai ajudar ele entender o mecanismo do sol e da lua. Temos que oferecer esse tipo de conhecimento para as crianças. É uma experiência única na vida", disse Swenson.
O Planetário montou dois telescópios e distribuiu filtros para as pessoas acompanharam o fenômeno. Francisco Pellicano, de 9 anos, foi o primeiro a olhar pelo telescópio. "Foi muito legal. O sol estava laranja e do lado direito tinha uma mancha preta", descreveu o menino.
Francisco e mãe, Valeria Pellicano, 50, professora aposentada, tinham desistido de irem ao Planetário quando acordaram com o céu nublado. "Estávamos falando a semana inteira, dai deu aquela decepção. Mas quando tempo abriu um pouquinho corremos para cá para ver", disse Valéria. O filho está estudando os planetas na escola e para ela é importante incentivar ele participar de eventos como o deste domingo. "Era hoje ou nunca", brincou.
"O eclipse solar acontece quando a Lua fica entre a Terra e o sol. A luz do sol não consegue atingir a Terra e forma uma sombra", explicou a planetarista Sheyla Dayane dos Santos.
A ocorrência de eclipse solar é comum, mas a visualização na região de Londrina, segundo Sheyla, é mais difícil. O último foi em 2007 e o próximo será só daqui cerca de 20 anos. "Teremos outro eclipse este ano, em outubro, mas só será visto nas regiões Norte e Nordeste. Depois, em 2023, também terá um visível só no Nordeste do Brasil", explicou.
A observação depende da inclinação da terra. No Brasil, foi possível ver 60% do eclipse solar. Nas regiões mais ao Extremo Sul do Planeta, o eclipse foi total.
O tempo nublado frustou Eduardo Hoffmann do Carmo da Silva, 10 anos. O menino estava ansioso para ver o fenômeno. "Estava ansioso para vir aqui desde ontem (sábado). Agora, para ver outro só quando eu tiver 30 anos", comentou. Ele e a mãe, Ana Flávia da Silva, 32, técnica de enfermagem, ficaram até o fim do evento par tentar observar o eclipse.
Eduardo gosta de observar os astros, mas disse que anda sem sorte. "O eclipse da lua estava cheio de nuvens. E hoje, está assim", reclamou o menino, que já pensou em ser astronauta. Já Gabrielle Rossi Yamaguchi, de 10 anos, estava empolgada com a chance de ver, mesmo que por alguns minutos a lua fazer sombra no sol. "É muito legal. Nunca tinha visto", contou a menina, que está estudando os planetas na escola e pediu ao pai, Ricardo Yamaguchi, 38 anos, empresário, levá-la ao Planetário.
Sheyla enfatizou a importância de proporcionar as pessoas a chance de acompanharem e conhecerem os fenômenos astronômicos. "É assim que você começa a despertar nas crianças o gosto pela astronomia. Começa com o encantamento e depois ela vai estudar mais a ciência", disse a planetarista, que estudou geografia na Universidade Estadual de Londrina de olho em uma vaga no Planetário. "Em casa eu ficava observando as estrelas. Um dia vim conhecer o planetário sozinha e decidi que queria trabalhar aqui", contou.
Aline Machado Parodi
Reportagem Local
  folha de londrina

Nenhum comentário:

Postar um comentário