segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Tremores têm origem na camada rochosa, diz USP


Novo relatório do Centro de Sismologia da USP, divulgado no sábado, concluiu que os estrondos ouvidos e sentidos em Londrina não são explosões e sim pequenos tremores de terra com foco na camada de rocha basáltica, abaixo da camada de solo. Segundo o estudo, os tremores são causados pelo deslocamento repentino, de apenas alguns milímetros, de bloco de rocha ao longo de fraturas geológicas.
O Centro de Sismologia passou a fazer buscas manuais para localizar eventos nos registros de estações próximas à região, onde foram encontrados dois eventos sísmicos pequenos, ocorridos em 14 de dezembro de 2015 e 1º de janeiro de 2016. Pequenos tremores de terra como esses não são raros no Brasil e podem ocorrer em qualquer local do País.
Os tremores de terra ou terremotos são imprevisíveis, e não há como saber até quando esta atividade continuará ocorrendo ou se vai diminuir, pois não há como prever a evolução dos tremores.
O texto explica que não é possível saber se ocorrerá algum tremor de magnitude maior do que os já ocorridos até agora. Aponta também que a maioria dos tremores de terra tem origem natural, pois são causados pelas altas pressões geológicas a que estão submetidas as camadas de rocha na crosta terrestre. Ele destaca que ainda são necessárias mais investigações para melhor caracterizar os diversos focos e a orientação das fraturas que provocaram os tremores. Isso inclui melhoria da precisão dos epicentros.
O texto diz também que não há motivos para descartar os tremores ocorridos em Londrina como tendo origem natural. Um sismo de magnitude até 2 corresponde a uma ruptura numa área de, no máximo, 100 metros, com deslocamentos da ordem de um milímetro. Portanto, o mais provável é que os tremores estejam ocorrendo em pequenas fraturas geológicas, com apenas 100 metros ou menos de extensão cada uma.
Devido à pequena profundidade focal, tremores naturais com magnitudes baixas como estas também podem causar vibrações fortes e serem sentidos por moradores da área epicentral.
O relatório compara os tremores de Londrina com os registrados em Bebedouro (SP), em 2005, que tiveram magnitude máxima 2,9, mas ocorreram a poucas centenas de profundidade, provocando trincas em algumas casas. O texto diz que os tremores ocorridos em Londrina têm profundidades menores que 250 metros. Por essa análise, o foco dos tremores, portanto, deve estar na camada de basalto da Formação Serra Geral.
Diante dessas conclusões preliminares, as estações temporárias da rede LDA continuarão operando por mais algumas semanas, permitindo uma análise mais prolongada para avançar no estudo.
Grupo Folha

Nenhum comentário:

Postar um comentário