domingo, 31 de julho de 2016

Empresário sobrevive após ter jugular cortada por cerol em BH


Por mês, hospital de BH atendeu 25 casos de acidente por linha cortante em motociclistas

Do R7
Record Minas
Um empresário teve a jugular cortada por um cerol, em uma avenida de Belo Horizonte, enquanto ia de moto para o trabalho. Tiago Pires sobreviveu após ser encaminhado às pressas ao Hospital de Pronto-Socorro João 23. 
Segundo Pires, ele percebeu que tinha sido cortado somente porque após sentir uma fisgada no pescoço, viu a quantidade de sangue que escorria pela roupa. A linha, usada para soltar pipas, tinha muito cerol e foi quase fatal, mesmo com a antena da motocicleta da vítima estando levantada. 
— Eu percebi que tinha cortado, eu não sentia nenhuma dor, só sangue. Levantei a mão pro céu e pedi a Deus: cuida da minha esposa, meus filhos, meus pais. Porque naquele momento eu não achava que ia viver.
O empresário foi socorrido por uma pessoa que passava pelo local  levado para uma Upa. De lá, precisou ser transferido às pressas para o João 23, já em estado grave. A muler dele, Andreza dos Santos, estava na casa de parentes quando recebeu a notícia.
— Mesmo sem vê-lo eu entendia a gravidade. Foi desesperador. 
Pires passava por uma avenida movimentada, local de trânsito rápido, mas também com muito espaço aberto, ideal para quem gosta de soltar papagaio. E nesta época do ano, por causa do vento e das férias escolares, é comum encontrar vários jovens praticando o esporte, mas o problema é o uso de cerol (mistura de cola com caco de vidro) nas linhas para tentar cortar as pipas dos outros participantes.
Em junho do ano passado, uma mulher que estava na garupa de uma moto foi atingida por uma linha chilena quando passava pelo anel rodoviário. A vítima morreu no local. O Hospital João 23, referência no atendimento desses acidentes, socorreu 25 pessoas que deram entrada com ferimentos provocados pelas linhas cortantes, só neste semestre.O cirurgião Guilherme Durães explica que as lesões mais graves são as provocadas nos motociclistas.
— O pescoço tem várias estruturas importantes, as mais lesadas são a traqueia, que pode matar se não for atendida em tempo hábil e as lesões vasculares, a carótida e a jugular. 
 

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