terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Após protesto, professores e governo reabrem negociação

Categoria ‘ocupa’ Palácio Iguaçu contra redução de salários de servidores temporários

  Ivan Santos / bem parana

Professores em frente ao Palácio Iguaçu comemoram acordo (foto: Franklin de Freitas)
Cerca de 100 professores e funcionários de escolas públicas ocuparam o saguão do Palácio Iguaçu – sede do governo estadual no Centro Cívico, em Curitiba - por algumas horas, ontem, em protesto contra a redução de salários de educadores temporários contratados através do Processo Seletivo Simplificado (PSS). A manifestação foi motivada por um edital publicado na semana passada pela Secretaria de Estado da Educação (SEED), que segundo a APP-Sindicato, reduziria em 13% os salários dos professores temporários que serão contratados para lecionar em 2018.
Segundo o edital, a hora de trabalho passaria dos atuais R$ 15,73 para R$ 13,63 por hora/aula. O governo alega que nos últimos sete anos, a remuneração dos professores temporários cresceu 64%, passando de R$ 2.001,87 para uma jornada de 40 horas em 2010 para R$ 3.281,20 em 2018. Ainda segunda a administração estadual, o valor também está acima do piso nacional para o magistério para 2018, que será de R$ 2,4 mil.
O protesto começou por volta das 11 horas, na praça Nossa Senhora de Salete, em frente ao Palácio. Carregando pratos vazios, o grupo pedia para ser recebido por representantes do governo. Em seguida, uma parte dos manifestantes acabou forçando a entrada no saguão do Palácio Iguaçu. A guarda do Palácio ainda tentou impedir a entrada do grupo, mas não conseguiu. As portas do Palácio foram fechadas com os manifestantes dentro do saguão.
Deputados da base do governo e de oposição iniciaram então uma negociação para chegar a um acordo. Uma comissão formada por representantes da APP-Sindicato, Ministério Público, Casa Civil, o líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Luiz Cláudio Romanelli (PSB) e os deputados Professor Lemos (PT) e Hussein Bakri (PSD) para estabelecer um diálogo sobre o tema.
Por volta das 14h30, os manifestantes deixaram o local pacificamente, depois que foi combinada uma reunião para hoje entre a APP-Sindicato, e representantes da Casa Civil, e das secretarias de Educação, da Fazenda (Sefa) e do Planejamento.
Teto de gastos - O chefe da Casa Civil Valdir Rossoni afirmou que não há como aumentar o orçamento da Secretaria da Educação para o ano que vem. “Estamos falando em um custo adicional de R$ 180 milhões e o governo precisa agir com a responsabilidade de quem tem que pagar”, alegou. “A única forma de reajustar os vencimentos dos professores temporários, ou autorizarmos gastos extras, será através de remanejamentos no orçamento da Educação. Se APP puder, que nos ajude nisso”, disse. Rossoni ressaltou que para 2018, o Paraná precisa cumprir o acordo do teto de gastos formalizado entre estados e a União para enfrentar dificuldades da crise econômica.

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