Por Felipe Ribeiro / BANDA B
A secretária da Educação do Paraná, Ana Seres Trento Comin, lamentou
nesta quarta-feira (1) a sinalização de greve por parte dos professores.
De acordo com ela, está ficando ‘muito difícil’ conversar com o
sindicato, uma vez que a categoria em nada cede mesmo diante da situação
financeira difícil do estado. Nesta quarta, os professores se juntaram a
outras categorias do funcionalismo, em frente à Assembleia Legislativa
do Paraná (Alep) para reivindicar o reajuste de 6,5% que corresponde à
inflação do ano.
Em entrevista ao radialista Paulo Sérgio Debski, Ana Seres disse que a
prioridade do estado em 2017 é o pagamento de promoções e progressões, o
que já está acontecendo. “Tivemos inúmeras reuniões com a APP-Sindicato
no ano passado e já reafirmamos que nossa segunda prioridade é o
reajuste. O que nos parece é não haver compreensão do sindicato, que não
cede”, disse.
Ana Seres ainda reafirmou o posicionamento do secretário-chefe da
Casa Civil, Valdir Rossoni, de que, em caso de greve, a categoria irá
levar faltas. “Se houver paralisação, vai ter desconto. Tudo o que
fazemos é em prol do estudante e faço esse apelo constantemente ao
sindicato. Quando o professor não aparece, tem que levar a falta, então a
atitude do secretário Rossoni é a correta. Se forem essas faltas serão
negociadas, isso será discutido em outro momento”, afirmou.
Na última semana, centenas de professores da rede estadual ocuparam a
sede da Secretaria de Educação do Paraná (Seed). A categoria protestava
contra uma nova resolução anunciada pelo governador Beto Richa. O
governo quer os professores mais presentes nas salas de aula e, para
isso, diminuiu a chamada hora-atividade, que é o período que os
professores passam fora da sala, preparando aulas e se qualificando.
Segundo a APP, com cálculos baseados no tempo de duração de aula em 50
minutos, para cada 20 aulas, 7 aulas correspondiam como hora-atividade
(até o ano passado). A legislação estabelece hora-atividade de 33%. Ou
seja, 33% de 20 aulas (hora-aula) são 7 aulas, e não 5, como quer o
governo agora.
Ana Seres defendeu as medidas. “A legislação federal diz que um terço
da carga horária é para a hora-atividade. Nossos professores tem um
concurso de vinte horas relógio, sendo destas 15 horas-aula de 50
minutos para interação total com os alunos e 5 horas de 50 minutos para
as atividades complementares. Os dois tempos são importantes e o
critério para a aula extraordinária é definido pela mantenedora, já que o
vinculo é de um ano. Isso é diferente do concursado, que possuí outros
direitos”, concluiu.
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