sexta-feira, 23 de junho de 2017

Donos de academias e educadores físicos defendem rejeição de projeto que exige posto médico em academias


De acordo com o nadador campeão olímpico Gustavo Borges, que é presidente da Associação Brasileira de Academias, a aprovação do projeto inviabilizaria a atividade empresarial
Donos de academias e profissionais de educação física defenderam, em audiência na Comissão de Desenvolvimento Econômico da Câmara, a rejeição do projeto (PL 4.667/16) que obriga as academias a ter postos médicos com materiais e profissionais habilitados para procedimentos de urgência. De acordo com o nadador campeão olímpico Gustavo Borges, que é presidente da Associação Brasileira de Academias, a aprovação do projeto inviabilizaria a atividade empresarial:
"As academias do Brasil não têm condição financeira para contratar médicos, mais pessoas; investir em infraestrutura. (...) Não temos condição de fazer isso. E essa lei, ela vai interferir e vai quebrar academias. Nós temos academias que faturam R$ 20 mil por mês. Tem academia que fatura muito, mas a grande maioria destas 34 mil academias são academias, estúdios, escolas de natação que têm 100, 200 alunos."
Gustavo Borges disse, ainda, que projeto semelhante já havia sido rejeitado pela Câmara em 2014. Pelo projeto em discussão, do deputado Francisco Floriano (PR-RJ), as academias teriam seis meses para se adaptarem e a fiscalização do cumprimento da lei ficaria a cargo da Anvisa.
Mônica Marques, da Companhia Athlética, disse que o projeto não especifica que tipo de profissional teria que ser contratado pelas academias. Ela afirmou que não existem médicos suficientes nem mesmo para fazer o atendimento rotineiro da população. E explicou que os profissionais de educação física são da área de saúde e cursam "primeiros socorros" na faculdade.
Mônica disse, ainda, que um estudo feito na cidade de Ribeirão Preto, em São Paulo, mostrou que entre 900 mortes súbitas ocorridas em um período de 5 anos, apenas 6 pessoas estavam praticando atividade física no momento. E acrescentou que apenas 12% das pessoas ativas estão nas academias. Outro dado apresentado na audiência foi o de que as mortes súbitas atingem entre 50 a 100 pessoas a cada 100 mil habitantes.
O deputado Marcos Reategui (PSD-AP), relator do projeto que obriga as academias a ter posto médico, disse que já apresentou parecer contrário ao texto:
"Nós já verificamos, já tínhamos um voto em separado, considerando que o posto médico realmente não há condição de ter. Nós vamos levar a todos os demais componentes desta comissão, as informações estão gravadas. E certamente teremos um relatório à altura das necessidades."
No relatório apresentado, Reategui sugere que os profissionais de educação física existentes nas academias passem por treinamentos para fazer o socorro de emergência quando necessário.
radio camara

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