Do UOL, em São Paulo
O governo anunciou nesta quarta-feira (29) um corte de R$ 42,1 bilhões
em despesas públicas federais, a alta do IOF (Imposto sobre Operações
Financeiras) para cooperativas de crédito e a volta de impostos que
haviam sido suspensos para beneficiar alguns setores da economia --a
chamada desoneração.
O anúncio foi feito pelo ministro da
Fazenda, Henrique Meirelles. O objetivo é evitar que o rombo nas contas
públicas neste ano seja ainda maior que o previsto.
No total, 54 setores
tinham direito ao desconto de impostos, e a maior parte voltará a
pagá-los. Isso deve gerar um aumento de arrecadação de R$ 4,8 bilhões,
segundo o ministro. A decisão não afeta diretamente os cidadãos, mas
esse aumento na carga tributária deve acabar sendo repassado ao
consumidor pelas empresas, por meio de aumento dos preços.
Alguns setores, no entanto, manterão o benefícios: ônibus interurbano,
metrô e trem, construção civil e obras de infraestrutura e comunicação.
Eles foram excluídos porque "são intensivos de mão de obra e vitais para
a recuperação do emprego", segundo Meirelles.
O governo adiou a
decisão até o último momento, alegando que esperava decisões judiciais
que poderiam gerar novas receitas --as decisões foram favoráveis e
garantiram R$ 10,1 bilhões, segundo Meirelles. Termina nesta
quinta-feira (30) o prazo para publicar decreto especificando as
despesas que precisarão ser cortadas para cumprir a meta fiscal.
Meta é fechar ano com rombo de R$ 139 bi
A meta do governo é fechar o ano com um rombo
de R$ 139 bilhões, mas, segundo cálculos da equipe econômica, esse
rombo seria ainda maior. Para não descumprir a meta, seria necessário
cobrir esse rombo extra de R$ 58,2 bilhões.
Isso é possível, por exemplo, aumentando as receitas, com aumento de
impostos e tributos, ou cortando despesas que não são obrigatórias.
O valor do corte necessário apareceu no Relatório de Avaliação de
Receitas e Despesas. O documento é lançado a cada dois meses, com os
parâmetros oficiais da economia e as previsões de arrecadação de
impostos, de gastos e de cortes no Orçamento.
Carga pesada
A Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda
reconheceu, em nota, que a carga tributária no Brasil é alta, "muito
acima da média da América Latina".
Disse, porém, que o governo
perdeu 1,9% de suas receitas, entre 2011 e 2016, com desonerações [corte
de impostos], expansão de regimes especiais de tributação e recessão
econômica, cálculo feito sem considerar os recursos vindos da
regularização de recursos no exterior (Lei da Repatriação).
(Com Reuters e Agência Brasil)
Governo anuncia corte
de R$ 42,1 bilhões e volta de impostos para empresas
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Do UOL, em São Paulo
29/03/201720h16 > Atualizada 29/03/201720h34
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