Apesar de estar apenas “engatinhando” no setor, Estado tem potencial superior ao da Alemanha
Rodolfo Luis Kowalski / bem paraná
Embora ainda incipiente, a geração de energia solar começa a
surpreender no Paraná. Entre novembro de 2015 e novembro deste ano o
número de ligações de geradores solares à rede da Companhia Paranaense
de Energia (Copel) registrou uma verdadeira explosão, crescendo 600% no
período e saltando de 100 para exatos 700 pontos. Em outubro, a geração
solar excedente (não consumida nas unidades e injetada na rede da Copel)
alcançou 225 megawatts-hora (Mwh), o suficiente para suprir de energia
1.300 residências.
De acordo com André Zeni, gerente de atendimento de acessantes de
geração distribuída da Copel Distribuição, dois fatores explicam a alta
na geração de energia solar no país — o encarecimento do preço da
energia, que ao longo dos últimos anos sofreu seguidos reajustes, e o
barateamento da tecnologia e do custo de instalação de sistemas
fotovoltaicos.
“Temos algumas suspeitas (sobre o que levou ao crescimento de 600%). A
principal é o preço da energia que subiu, incentivando a população a
empreender e buscar soluções alternativas, já que esse investimento, que
era de longo-prazo, passou a ser de médio-prazo”, afirma Zeni. “Outro
fator é a tecnologia. Hoje temos mais fabricantes e, com essa
disseminação da tecnologia, temos um aumento nesse tipo de instalação
nas residências do Paraná”, complementa.
Gerson Tiepolo, professor da Universidade Tecnológica Federal do
Paraná (UTFPR) e especialista em energia solar, aponta ainda um terceiro
motivo para a expansão dos geradores de energia fotovoltaicos: a ótima
capacidade do Paraná para produzir energia solar. Para se ter noção, o
potencial médio do Estado é 58,7% superior à da Alemanha, segunda maior
produtora de energia solar do mundo, atrás apenas do Japão.
“Começa-se a ter o entendimento de que o Paraná tem um potencial
elevado, e inúmeras pesquisas realizadas pela UTFPR mostram isso. Até
então havia um desconhecimento sobre o potencial de energia no estado,
um potencial em torno de 59% superior ao potencial da Alemanha e
superior a praticamente todos os países da comunidade europeia”,
argumenta o especialista.
Apesar dos avanços, contudo, ainda há muito o que se melhorar. Prova
disso é que o Paraná é um dos únicos estados que ainda cobra ICMS no
modelo de compensação de energia. Dos 26 estados mais o Distrito
Federal, apenas seis ainda não fizeram a isenção do imposto, que possui
uma taxação elevada no estado, de 29%.
“Esses 29% sobre a energia que estou compensando acaba prejudicando
meu prazo de retorno, que acaba sendo maior do que podeira ser”, explica
Tiepolo. “Já existem várias conversas e até projeto de lei para obrigar
essa isenção. Com ela, acredito que tenhamos um impulso ainda maior na
disseminação dessa fonte no Paraná”, finaliza o especialista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário