quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Denúncias de violência contra crianças e adolescentes sobem 38% no Paraná

Em 2017, o Disque 181 recebeu uma ligação a cada oito horas, em média

 

Rodolfo Luis Kowalski / bem paraná 


As denúncias de violações dos direitos de crianças e adolescentes estão em alta no Paraná. Apenas no ano passado foram 1.165 registros feitos pelo Disque Denúncia 181, o que dá uma média de uma denúncia a cada oito horas no Estado e aponta uma alta de 38% nos registros em comparação com 2016, quando haviam sido 844 denúncias (um registro a cada 10 horas).
Nos dois anos analisados, os tipos de violência mais comuns foram os casos de agressão física (596), abuso e exploração sexual (591) e trabalho infantil (125). Todas as três violações dos direitos citadas tiveram significativo aumento no número de denúncias em 2017, de 68,5%, 112,7% e 137,8%, respectivamente.
De acordo com a Secretaria da Família e do Desenvolvimento Social (Seds), que levantou os dados do Disque 181 a pedido do Bem Paraná, o crescimento é reflexo das diversas campanhas de enfrentamento à violência contra a criança e o adolecente no Paraná, com especial destaque à campanha de combate à exploração sexual de crianças e adolescentes nas estradas, lançada em fevereiro do ano passado e que em menos de dois meses alcançou quatro milhões de visualizações nas redes sociais.
“Nosso objetivo é tirar os casos de violências e violações de direitos da invisibilidade. É fazer com que as pessoas, ao se depararem com estas situações no seu dia a dia, não fiquem indiferentes, mas denunciem”, afirmou em entrevista a Agência de Notícias do Paraná (ANPR) o coordenador da política da criança e do adolescente da Seds, Alann Bento
Os casos de agressão podem ser informados anonimamente ao Disque-Denúncia Nacional, pelo número 100, ou ao Disque-Denúncia Estadual, no 181. Também é possível buscar auxílio na sede do Nucria, na Av. Vicente Machado, 2560, no Centro de Curitiba. Nos casos mais graves de violência, é possível pedir à Justiça uma medida protetiva, recurso que permite a retirada da vítima do local onde é alvo da violência ou que o acesso do agressor a essa criança seja restringido.
É importante que o denunciante forneça o maior número de informações possíveis, como local, característica da vítima e frequência dos abusos. Tão logo uma denúncia é recebida, passa por uma análise e a partir do depoimento ela é encaminhada para o órgão competente. Por isso, é essencial também informar qual o tipo de violação (abuso, exploração ou violência física) e quem é o autor (familiares ou terceiros).

DENÚNCIAS DE VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES
2017
Total
1.165 denúncias
Tipos de violações dos direitos
agressão física (374); abuso sexual e exploração sexual (402); trabalho infantil (37); outras violências (352).
2016
Total
844 denúncias
Tipos de violações dos direitos
agressão física (222); abuso sexual e exploração sexual (189); trabalho infantil (88); outras violências (88); não informado/não especificado (257).
Sinais físicos
Manchas no corpo; hematomas; marcas de corda, cinto, mordidas; fraturas; roupas rasgadas ou manchadas de sangue; dificuldade para caminhar ou sentar; sangue que sai da vagina ou do ânus; dor ao urinar; doenças sexualmente transmissíveis; gravidez precoce; roupas inadequadas ao clima; falta de higiene.
Sinais psicológicos
Dificuldades para dormir ou sono demais; comer demais ou de menos; cansaço; agitação; pesadelos durante a noite; agressividade ou passividade; depressão; choro sem motivo; desconfiança; medo de ficar só ou em companhia de determinadas pessoas; preferência pela escola a casa; fugas de casa; faltas na escola; notas baixas na escola; dificuldades para se concentrar; uso de drogas ou álcool; prática de pequenos furtos.

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