Bandeira no patamar 2 da cor vermelha vem sendo mantida desde junho
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) disse ontem (27) que a
cobrança adicional na conta de energia seguirá no patamar mais alto em
agosto. Em julho, a agência manteve a bandeira tarifária no patamar 2 da
cor vermelha, o mais alto do sistema, e o mesmo a ser aplicado no
próximo mês. Isso significa que, para cada 100 quilowatts-hora (kWh) de
energia consumidos, haverá uma cobrança extra de R$ 5 nas contas de luz.
Isto significa que agosto será o terceiro mês seguido com a bandeira
tarifária no patamar mais caro. A cobrança extra de R$ 5 para cada 100
kWh começou em junho. Em maio, a bandeira tarifária estava na cor
amarela, que tem cobrança extra de R$ 1 para cada 100 kWh.
A Aneel disse que a manutenção da bandeira vermelha no patamar 2
“deve-se ao prosseguimento das condições hidrológicas desfavoráveis e à
redução no nível de armazenamento dos principais reservatórios do
Sistema Interligado Nacional (SIN)” disse a Aneel.
A baixa incidência de chuvas, também chamada de risco hidrológico, ou
GSF (sigla em inglês para Generation Scaling Factor), é, ao lado do
Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), que é o preço da energia
elétrica no mercado de curto prazo, as principais variáveis que
influenciam na cor da bandeira tarifária.
Peso do risco hidrológico
Na quinta (26), a agência lançou uma consulta pública para avaliar a
possibilidade de os geradores hidrelétricos promoverem a alteração do
produto contratado e ajustar a cobertura do risco hidrológico dos
contratos de comercialização de energia no ambiente regulado, que atende
aos consumidores residenciais. A intenção é diminuir o peso do risco
hidrológico na geração de energia.
A medida deve valer para os geradores que repactuaram o risco
hidrológico de usinas hidrelétricas a partir de 2016. Eles poderão
alterar o produto contratado originalmente, para ajustar a cobertura do
risco dos contratos de comercialização de energia no ambiente regulado e
reduzir o peso do GSF.
A resolução da Aneel que trata da questão aponta como fatores de risco a
serem levados em consideração dados como hidrologia, teto do PLD e
variação do IPCA. A consulta deve abrir para os geradores de energia a
possibilidade de negociar parte do risco, podendo transferir uma parcela
ao consumidor.
Em troca, os geradores aumentariam o percentual de pagamento para a
Conta Centralizadora dos Recursos de Bandeiras Tarifárias, a chamada
Conta Bandeiras, que administra os recursos adicionais das bandeiras
tarifárias, como os que serão gerados em agosto com a cobrança extra de
R$ 5 por 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.
Fonte: Agência Brasil
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