quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Ocupação de escolas deixa 41 mil alunos do Paraná fora das provas do Enem


  Redação Bem Paraná

Alunos de escolas ocupadas terão que fazer as provas em dezembro (foto: Franklin de Freitas)
O Ministério da Educação (MEC) anunciou nesta terça-feira, 1º, que o Enem 2016 será adiado para 191.494 estudantes afetados pelas ocupações de escolas do Paraná e outros estados brasileiros. Ao invés de realizarem as provas nos próximos dias 5 e 6 de novembro, esses estudantes farão as provas nos dias 3 e 4 de dezembro. No Paraná, 41.168 alunos de 74 escolas ocupadas serão afetados. Paraná, com 74 ocupações, e Minas Gerais, com 59, têm o maior número de locais de provas ocupados. 
Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (Inep), os estudantes serão avisados ainda hoje (1º) por SMS que não farão a prova neste final de semana, nos dias 5 e 6. Os candidatos também serão informados posteriormente dos novos locais.
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) informou que são 304 locais de aplicação de prova ocupados no país e divulgou a lista completa em seu site na internet. Ou confira diretamente a relação de escolas neste link
Os inscritos afetados pelas ocupações serão avisados pelo Inep por meio de SMS, e-mail e divulgação no site. Será possível, ainda, acessar o aplicativo Enem 2016 ou se informar pelo 0800 616161.
Segundo o Inep, a mudança dos locais de prova na véspera da aplicação coloca em risco a segurança do Enem. O exame exige um plano logístico de distribuição do material, com rotas pré-definidas, escoltas policiais e efetivo policial destacado para a operação. A alteração desses locais implica em reprocessar todo o material para readequação da nova logística.
O local requer, ainda, estrutura mínima para receber a aplicação, ter acessibilidade para deficientes físicos (banheiros adaptados, mobiliário adequado para cadeirantes, surdos, cegos e à faixa etária), além de salas extras e estudo de plano de risco.
“O Inep lamenta profundamente a ansiedade que esses jovens manterão esperando mais um período para realizar a prova”, disse a presidente da autarquia, Maria Inês Fini, em entrevista coletiva. Segundo ela, os estudantes que fazem parte das ocupações têm direito a se manifestar, mas também é preciso garantir o direito de ir e vir e de ter aulas dos demais estudantes.
Segundo Maria Inês, o adiamento não prejudicará a utilização dos resultados do Enem para o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), o Programa Universidade para Todos (ProUni) e i Fundo de Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).
Em relação ao custo da mudança, o MEC, que havia cogitado repassar o gasto do adiamento aos responsáveis pelas ocupações, voltou atrás e informou que o governo federal deverá arcar com a alteração. O Enem custa para o governo R$ 90 para os estudantes isentos de taxa de inscrição e R$ 72 para aqueles que pagaram. O custo de cada prova adiada deverá ser de cerca de 70% desse total, uma vez que neste final de semana o MEC deixará de gastar com fiscais de prova e outras despesas.
A nova aplicação será em tempo hábil para a utilização dos resultados no SISU, Fies e Prouni. Do ponto de vista da prova, os novos itens serão equivalentes, de modo a garantir a isonomia do Enem.
O MEC estabeleceu o prazo para a desocupação até as 23h59 dessa segunda-feira (31). Os estudantes chegaram a pedir a transferência dos locais de prova, a exemplo do que foi feito pelos Tribunais Regionais Eleitorais para o segundo turno da eleição no último domingo (30).
“Foi muito volátil esse movimento. Ora [os locais] estavam ocupados, ora desocupados, mudou muito. Não há possibilidade de alocarmos o novo local de prova”, disse Maria Inês, que ressaltou que os novos locais devem ser semelhantes aos já definidos e que isso dificulta a seleção de uma nova localidade.
Negociação- O chefe da Casa Civil do governo do Paraná, Valdir Rossoni, diz que o Estado ainda tenta negociar com estudantes a desocupação das escolas que terão Enem no próximo final de semana. Segundo Rossoni, das 300 escolas ocupadas, 116 estão entre as que teriam provas do Enem. A prioridade é negociar a desocupação dessas unidades. "Estamos fazendo um trabalho em conjunto o Ministério Público, OAB, Defensoria Pública. Estamos negociando com esses estudantes para ver se conseguimos desocupar para poder fazer as provas do Enem. Temos conseguido avançar. Agora estamos nos dedicando em cima dessas 116 onde vai acontecer as provas do Enem", afirmou. 

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