Da Agência Brasil
Os portões das escolas onde os 8,6 milhões de candidatos prestarão o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foram fechados há pouco. As provas ocorrem hoje (5) e amanhã (6) em todo o país, com exceção das instituições de ensino ocupadas por estudantes em protesto contra medidas do governo federal.
No Distrito Federal, onde dez locais tiveram o exame adiado para 3 e 4
de dezembro, os familiares dos estudantes tiveram de lidar com o
trânsito nas regiões próximas às provas. A organização do Enem divulgou
por mensagem de texto e email aos candidatos que quatro prédios da
Universidade de Brasília (UnB) onde eles fariam prova estavam ocupados.
Graduando de Química Tecnológica, Décio Bottechia, 22 anos, foi
informado do adiamento, mas mesmo assim foi até um bloco ocupado na UnB
conferir se não haveria mesmo a prova. Ele disse acreditar que as
mobilizações atrapalham a organização do evento, mas concorda com as
críticas à proposta que limita os gastos públicos, desde que sejam mais
bem planejadas.
Como sempre, alguns jovens deixaram para a última hora e passaram
sufoco pouco antes do fechamento dos portões, às 13h. Próximo à
Universidade Paulista, na Asa Sul, os estudantes que chegaram no horário
formaram uma fila espontânea de mais de cem metros para organizar a
entrada.
Nesse primeiro dia, os estudantes vão responder a 90 questões de
ciências humanas e ciências da natureza. Os candidatos terão quatro
horas e 30 minutos para concluir as provas.
A área de ciências da natureza e suas tecnologias abrange os
conteúdos de química, física e biologia. Em ciências humanas e suas
tecnologias, as provas são de geografia, história, filosofia, sociologia
e conhecimentos gerais.
Água milagrosa
Charliane do Nascimento da Silva, 22 anos, que pretende ser
enfermeira, chegou em cima da hora por causa do engarramento nas
proximidades da União Pioneira da Integração Social – Faculdades
Integradas (Upis), na Asa Sul.
Por ter esquecido o documento de identificação no carro e a caneta
preta necessária para a prova, teve de retornar ao local onde deixou o
veículo, a 150 metros do local. No retorno, não pode mais entrar. “Eu
não atrasei. Acontece que engarrafou. Estacionei e como precisava da
caneta preta e do documento fui buscar no carro”, disse ofegante.
Do lado de fora, ambulantes aproveitaram para ganhar um dinheiro
extra. Uma caneta preta e uma garrafa de água pequena eram vendidas por
R$ 3. Um dos vendedores anunciava que a água era milagrosa. “Água da
sorte. Tomo passou. Se tomar e não passar, devolvo o dinheiro”, gritava
um deles.
Emanuela Ribeiro Carvalho, 16 anos, disse que está fazendo a prova
como “treineira”, pois não fez o 3º ano do segundo grau ainda. “É muito
importante fazer para treinar o tempo de prova, a logística e verificar o
quanto a gente sabe ou quanto precisa estudar ter sucesso no futuro”,
destacou.
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