Colheita seletiva é feita grão a grão, escolhendo apenas os maduros – chamados de cereja – e de melhor qualidade - Divulgação |
Cafeicultoras da região do Norte Pioneiro realizam neste mês de junho
mutirões para a colheita seletiva do café especial, premiado por dois
anos consecutivos no concurso Qualidade do Café do Paraná e destaque na
premiação nacional da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic).
As agricultoras participam do projeto Mulheres do Café, criado em 2013
pelo Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural
(Emater) para incentivar o cultivo de bebidas especiais por mulheres.
O projeto reúne cerca de 200 participantes de 12 municípios do Norte Pioneiro. Ao menos metade delas participa do mutirão. O café selecionado é colhido antes da colheita geral, que segue até agosto. Nos últimos dois anos, integrantes do grupo foram as principais vencedoras do Concurso Qualidade do Café do Paraná, criado pela Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento para valorizar a bebida produzida no Estado.
Mais criteriosa
A colheita seletiva é feita grão a grão, escolhendo apenas os maduros – chamados de cereja – e de melhor qualidade. As demais etapas do manejo do café, como a secagem e a estocagem, também são mais criteriosas, pois os grãos especiais não podem fermentar ou tomar chuva. Pela primeira vez, desde o início do projeto, o processo é feito em mutirão. As mulheres se reúnem e, a cada dia, fazem a colheita em uma propriedade diferente.
“Depois da colheita, a gente leva para o terreiro, faz uma lavagem para separar grãos secos e os verdes e deixa só o maduro. Algumas ainda fazem uma segunda seleção do café para ficar realmente só os maduros”, explica a cafeicultora Silvana Gonçalves, que coordena o grupo de mulheres do distrito de Matão, em Tomazina. “A gente precisa também de um cuidado maior na secagem. Tem que espalhar no terreiro uma camada bem fina, grão a grão, para não correr o risco de perder a qualidade”, diz. No grupo de Silvana, 22 mulheres participam do projeto da Emater, sendo que seis estão fazendo a colheita seletiva.
TRABALHO FEMININO
A economista doméstica da Emater de Pinhalão, Cíntia Lopes de Souza, iniciou o projeto com o objetivo de melhorar a qualidade do café produzido no Norte Pioneiro, a renda dos produtores e valorizar o trabalho feminino na agricultura familiar. Os grupos são supervisionados por 11 técnicos da Emater.
Cíntia explica que as mulheres sempre trabalharam na lavoura de café junto com a família, mas poucas participavam das oficinas de qualificação oferecidas pela Emater. “Quando havia a participação feminina, percebíamos a diferença na propriedade. A mulher estava mais disposta a implantar a assistência técnica nas plantações”, conta Cíntia.
A economista passou então a fazer reuniões apenas com mulheres. Hoje os grupos se reúnem cinco vezes por ano, participam de eventos externos, como feiras internacionais, e têm um evento próprio anual, o Encontro das Mulheres do Café do Norte Pioneiro, que neste ano reuniu 400 agricultoras. “O café especial é a vitrine das grandes feiras, por isso é importante que as produtoras participem desses eventos para conhecer o mercado e buscar compradores ou pessoas interessadas em seu produto”, explica.
Para Silvana, que trabalha com o plantio de café desde 2010, fazer parte do projeto foi importante para buscar novos mercados para a produção e melhorar a qualidade de vida das famílias participantes. “Depois que resolvemos fazer esse trabalho juntas, ficamos mais unidas em busca de resultado”, afirma. “Além de dar a qualificação e incentivar a criação do grupo, a Emater nos mostrou que um produtor sozinho não conseguiria chegar à qualidade que buscamos”, diz.
VENCEDORAS DO CAFÉ QUALIDADE
Os lotes da colheita seletiva são para atender exportadoras e cafeterias que comercializam o café especial. Os grãos selecionados também irão disputar o Qualidade do Café do Paraná, concurso promovido pela Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento para valorizar a bebida produzida no Estado.
Participantes do grupo Mulheres do Café foram as principais vencedoras nos últimos dois anos da premiação. Em 2015, as três categorias do concurso foram vencidas por mulheres. Ceres Trindade de Oliveira Santos, de Joaquim Távora, ganhou na categoria Natural; Eloir Inocêcia Nogueira de Souza, de Tomazina, venceu em Cereja Descascado; e Maria Aparecida Maciel, de Japira, na categoria Microlote.
No ano seguinte, o prêmio incluiu uma nova categoria, mas novamente as produtoras se destacaram, vencendo três delas. Flávia Jacob Saldanha Rodrigues, de Jacarezinho, foi a campeã na categoria Cereja Descascado; Ceres Trindade de Oliveira Santos venceu mais uma vez o concurso na categoria Natural Microlote, e Laura Inocência de Freitas, de Tomazina, ganhou em Cereja Descascado – Microlote.
Ceres Trindade, que venceu as duas últimas edições do concurso, também se destacou no leilão dos Melhores Cafés do Brasil, promovido pela Abic. Duas sacas de café da produtora foram arrematadas por R$ 1,2 mil cada. O valor é três vezes mais alto que o preço de uma saca de café comum, que no ano passado custava entre R$ 380,00 a R$ 420,00. Os cafés de melhor qualidade eram vendidos a R$ 600 a saca no período.
O grupo paranaense foi o primeiro no Brasil a integrar a Aliança Internacional das Mulheres do Café (IWCA, da sigla em inglês), rede internacional formada por mulheres envolvidas em toda a cadeia de negócios do café, presente em 15 países. O Brasil conta hoje com 12 subcapítulos – como são chamados os grupos de produtoras – associados à entidade. O do Paraná, porém, é o único que conta com a assistência técnica oferecida pelo Estado.
O projeto reúne cerca de 200 participantes de 12 municípios do Norte Pioneiro. Ao menos metade delas participa do mutirão. O café selecionado é colhido antes da colheita geral, que segue até agosto. Nos últimos dois anos, integrantes do grupo foram as principais vencedoras do Concurso Qualidade do Café do Paraná, criado pela Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento para valorizar a bebida produzida no Estado.
Mais criteriosa
A colheita seletiva é feita grão a grão, escolhendo apenas os maduros – chamados de cereja – e de melhor qualidade. As demais etapas do manejo do café, como a secagem e a estocagem, também são mais criteriosas, pois os grãos especiais não podem fermentar ou tomar chuva. Pela primeira vez, desde o início do projeto, o processo é feito em mutirão. As mulheres se reúnem e, a cada dia, fazem a colheita em uma propriedade diferente.
“Depois da colheita, a gente leva para o terreiro, faz uma lavagem para separar grãos secos e os verdes e deixa só o maduro. Algumas ainda fazem uma segunda seleção do café para ficar realmente só os maduros”, explica a cafeicultora Silvana Gonçalves, que coordena o grupo de mulheres do distrito de Matão, em Tomazina. “A gente precisa também de um cuidado maior na secagem. Tem que espalhar no terreiro uma camada bem fina, grão a grão, para não correr o risco de perder a qualidade”, diz. No grupo de Silvana, 22 mulheres participam do projeto da Emater, sendo que seis estão fazendo a colheita seletiva.
TRABALHO FEMININO
A economista doméstica da Emater de Pinhalão, Cíntia Lopes de Souza, iniciou o projeto com o objetivo de melhorar a qualidade do café produzido no Norte Pioneiro, a renda dos produtores e valorizar o trabalho feminino na agricultura familiar. Os grupos são supervisionados por 11 técnicos da Emater.
Cíntia explica que as mulheres sempre trabalharam na lavoura de café junto com a família, mas poucas participavam das oficinas de qualificação oferecidas pela Emater. “Quando havia a participação feminina, percebíamos a diferença na propriedade. A mulher estava mais disposta a implantar a assistência técnica nas plantações”, conta Cíntia.
A economista passou então a fazer reuniões apenas com mulheres. Hoje os grupos se reúnem cinco vezes por ano, participam de eventos externos, como feiras internacionais, e têm um evento próprio anual, o Encontro das Mulheres do Café do Norte Pioneiro, que neste ano reuniu 400 agricultoras. “O café especial é a vitrine das grandes feiras, por isso é importante que as produtoras participem desses eventos para conhecer o mercado e buscar compradores ou pessoas interessadas em seu produto”, explica.
Para Silvana, que trabalha com o plantio de café desde 2010, fazer parte do projeto foi importante para buscar novos mercados para a produção e melhorar a qualidade de vida das famílias participantes. “Depois que resolvemos fazer esse trabalho juntas, ficamos mais unidas em busca de resultado”, afirma. “Além de dar a qualificação e incentivar a criação do grupo, a Emater nos mostrou que um produtor sozinho não conseguiria chegar à qualidade que buscamos”, diz.
VENCEDORAS DO CAFÉ QUALIDADE
Os lotes da colheita seletiva são para atender exportadoras e cafeterias que comercializam o café especial. Os grãos selecionados também irão disputar o Qualidade do Café do Paraná, concurso promovido pela Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento para valorizar a bebida produzida no Estado.
Participantes do grupo Mulheres do Café foram as principais vencedoras nos últimos dois anos da premiação. Em 2015, as três categorias do concurso foram vencidas por mulheres. Ceres Trindade de Oliveira Santos, de Joaquim Távora, ganhou na categoria Natural; Eloir Inocêcia Nogueira de Souza, de Tomazina, venceu em Cereja Descascado; e Maria Aparecida Maciel, de Japira, na categoria Microlote.
No ano seguinte, o prêmio incluiu uma nova categoria, mas novamente as produtoras se destacaram, vencendo três delas. Flávia Jacob Saldanha Rodrigues, de Jacarezinho, foi a campeã na categoria Cereja Descascado; Ceres Trindade de Oliveira Santos venceu mais uma vez o concurso na categoria Natural Microlote, e Laura Inocência de Freitas, de Tomazina, ganhou em Cereja Descascado – Microlote.
Ceres Trindade, que venceu as duas últimas edições do concurso, também se destacou no leilão dos Melhores Cafés do Brasil, promovido pela Abic. Duas sacas de café da produtora foram arrematadas por R$ 1,2 mil cada. O valor é três vezes mais alto que o preço de uma saca de café comum, que no ano passado custava entre R$ 380,00 a R$ 420,00. Os cafés de melhor qualidade eram vendidos a R$ 600 a saca no período.
O grupo paranaense foi o primeiro no Brasil a integrar a Aliança Internacional das Mulheres do Café (IWCA, da sigla em inglês), rede internacional formada por mulheres envolvidas em toda a cadeia de negócios do café, presente em 15 países. O Brasil conta hoje com 12 subcapítulos – como são chamados os grupos de produtoras – associados à entidade. O do Paraná, porém, é o único que conta com a assistência técnica oferecida pelo Estado.
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