Nos últimos dois anos e meio, 1.402 paranaenses declararam à Receita que deixariam o Brasil definitivamente
O número de paranaenses que estão deixando o País definitivamente
para buscar uma vida melhor no exterior, em muitos casos tendo de vender
tudo e recomeçar praticamente do zero, cresce cada vez mais. E isso, em
grande parte, é reflexo da crise econômica nos últimnos anos no País.
De acordo com dados da Receita Federal, entre 2015 e 2017 cresceu 84%
o número de paranaenses que desistiram de ter domicílio fiscal no
Brasil, transferindo as obrigações tributárias para outros países. No
período referido, foram entregues ao Fisco 1.402 Declarações de Saída
Definitiva do País, enquanto no triênio anterior, período antecedente à
crise econômica, haviam sido 762.
O levantamento revela ainda que desde 2013 o êxodo de paranaenses
está em alta, tendo atingido seu recorde no primeiro semestre deste ano.
Quatro anos atrás, por exemplo, haviam sido entregues 217 declarações
ao longo do ano todo. Neste ano, foram 568 até a última segunda-feira.
Ainda de acordo com a Receita Federal, as saídas ocorreram no ano
anterior, ou seja, no período base da apresentação da declaração.
Caroline Cordeiro, coordenadora do curso de Relações Internacionais
do Centro Universitário Internacional (Uninter), aponta que este seria o
segundo fluxo migratório mais intenso na historia recente do país. O
primeiro teria ocorrido na década de 1990, o que também reforça a
relação da crise econômica com o êxodo.
“Coincidentemente, são momentos da economia brasileira mais
delicados, então é uma questão muito vinculada à questão econômica”,
aponta a especialista, destacando ainda que a vontade de sair do país
sempre existiu - e não é uma exclusividade brasileira. Nesse sentido,
então, a crise serviria como uma espécie de impulso àqueles que já
pensavam em morar no exterior.
“O que temos agora é que as pessoas estão aproveitando esse momento
de instabilidade para buscar uma oportunidade fora. Mas não há uma
relação causal direta, no sentido de que ‘vivo uma crise econômica,
então saio do meu país’. A crise, na verdade, impulsiona uma vontade que
muitos já tem, e aí aquela fagulha de vontade de morar fora incendeia
quando vem esse momento mais delicado da economia brasileira.”
Malas e muita coragem
Na lista dos paranaenses que deixaram recentemente o país está
Desirée Nunes, que se mudou em janeiro do ano passado com a família (o
marido Antônio e os filhos Gabriel e Giovanni) para Winnipeg, no
centro-sul do Canadá.
Segundo a pedagoga, a vontade de morar no exterior surgiu em 2011, quando a família fez sua primeira viagem internacional. Mais tarde, em busca de um país que oferecesse mais segurança e qualidade de vida, decidiram que era hora de tornar o sonho realidade e recomeçar a vida praticamente do zero em outro lugar, “compactando” a vida em 12 malas para encarar uma mudança radical.
“Idioma e cultura são, de longe, as maiores barreiras. Por mais que você se considere fluente no idioma e disposto a quebrar pré-conceitos culturais, somente a imersão e a vivência mostram o quão duras essas barreiras são”, afirma Desirée. “Sem falar que, via de regra, no exterior você começa do zero: não tem amigos, referências, histórico de crédito, etc. Alugar uma casa ou financiar um carro, por exemplo, não são tão simples assim.”
Passados 18 meses, Desirée afirma que o saldo da mudança é “muito positivo”. No Canadá, ela conseguiu espaço para atuar na área em que é formada após fazer a compatibilização de seu curso.
Segundo a pedagoga, a vontade de morar no exterior surgiu em 2011, quando a família fez sua primeira viagem internacional. Mais tarde, em busca de um país que oferecesse mais segurança e qualidade de vida, decidiram que era hora de tornar o sonho realidade e recomeçar a vida praticamente do zero em outro lugar, “compactando” a vida em 12 malas para encarar uma mudança radical.
“Idioma e cultura são, de longe, as maiores barreiras. Por mais que você se considere fluente no idioma e disposto a quebrar pré-conceitos culturais, somente a imersão e a vivência mostram o quão duras essas barreiras são”, afirma Desirée. “Sem falar que, via de regra, no exterior você começa do zero: não tem amigos, referências, histórico de crédito, etc. Alugar uma casa ou financiar um carro, por exemplo, não são tão simples assim.”
Passados 18 meses, Desirée afirma que o saldo da mudança é “muito positivo”. No Canadá, ela conseguiu espaço para atuar na área em que é formada após fazer a compatibilização de seu curso.
Declarações de saída definitiva do país
2012-2014
Paraná: 762
Brasil: 26.989
Paraná: 762
Brasil: 26.989
2015-2017*
Paraná: 1.402
Brasil: 50.501
Paraná: 1.402
Brasil: 50.501
Fonte: Superintendência Regional da Receita Federal
*Declarações Originais entregues até 26/6/2017
*Declarações Originais entregues até 26/6/2017
Profissionais mais requisitados no exterior
Carreiras voltadas para o agronegócio (zootecnia, agronomia, etc)
Engenheiros
Marketing
Cursos de relações internacionais, comércio exterior e turismo
Carreiras voltadas para o agronegócio (zootecnia, agronomia, etc)
Engenheiros
Marketing
Cursos de relações internacionais, comércio exterior e turismo
Países mais abertos a receber imigrantes brasileiros
Países do Caribe
Países do Norte da Europa
Países nórdicos
Austrália
China
Paraguai
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