sábado, 8 de julho de 2017

Simulação de resgate testa candidatos em treinamento de elite do Grupo Tigre


Libertar reféns da mira dos criminosos armados dentro de um ônibus com direito a bombas de efeito moral, vidros quebrados e muita técnica. Essa foi mais uma etapa de um dos treinamentos mais difíceis da Polícia Civil do Paraná. Dos 109 policiais inscritos, apenas 16 restaram para as fases derradeiras do Cote (Curso de Operações Táticas Especiais). A preparação é porta de entrada do Tigre (Tático Integrado Grupos de Repressão Especial), uma das equipes policiais de elite do Estado.

A simulação aconteceu nesta sexta-feira (7), no Aeroporto do Bacacheri, em Curitiba, e valeu como mais uma etapa em que os candidatos são submetidos a diversas situações em busca da qualificação em aspectos físicos, táticos, psicológicos e intelectuais para atuar em missões de alto risco, com emprego de técnicas adotadas internacionalmente por outros grupos de operações especiais.

“Qualquer atividade policial, seja ela preventiva ou ostensiva, seja ela de investigação, certamente vai precisar de algum grupo de policias com preparo diferenciado, com equipamentos diferenciados, treinados, um grupo coeso, para um momento de maior tensão e de maior técnica. São nesses momentos que cada um atende a sua aplicação devida, conforme sua especialização, e no caso do grupo Tigre a Polícia Civil do Paraná também mantém o padrão de operacionalidade em momentos de maior tensão”, avaliou o secretário estadual da Segurança Pública e Administração Penitenciária, Wagner Mesquita. Patrono da turma, ele acompanhou a atividade.

A sétima edição do Cote começou em maio e trouxe ao Paraná policiais de vários estados. Um deles foi o delegado Julio César Ribeiro de Casto, do Piauí. “Esse curso é conhecido em todo o Brasil, é um dos mais respeitados e extremamente difícil, tão difícil que são poucos que se formam. No início começamos com 109 e agora temos 16. Na primeira semana passamos por uma fase de orientação e depois por uma fase de rusticidade, que é a fase onde sai o maior número de policiais, para testar a resistência de cada um e após isso entramos em uma parte técnica que é a especialidade do Tigre, o que torna ele referencia no Brasil”, afirmou o candidato. “Existe uma cobrança física, psicológica e técnica e se algum desses pontos você não tiver excelência você é automaticamente excluído do curso”, acrescentou o delegado, sem esboçar o cansaço de quem estava há três dias sem dormir por causa do treinamento.

Toda essa exigência tem uma justificativa. Quem explica é o delegado-operacional do Tigre e coordenador do curso, Cristiano Quintas. “No decorrer do curso, que tem uma duração variada, o aluno é colocado a prova em várias situações sempre buscando verificar principalmente as questões psicológicas e físicas dele. A nossa atribuição no Tigre é atuar em situações de sequestro, várias vezes nós tivemos que sair de casa sem saber quando vamos retornar, sem poder dormir, muitas vezes sem poder se alimentar por estar em um local ermo, sem condição de sair”, disse.

Apesar de não ter uma data pré-definida, nos próximos dias os “sobreviventes” irão concluir o treinamento, que os capacita para ingresso no Tigre, bem como para atuação em suas respectivas unidades policiais para intercâmbio de conhecimento.









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