terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Tubulações não têm relação com tremores em Londrina, aponta estudo da Sanepar


Estudos da companhia analisaram adutoras e equipamentos de recalque do sistema Tibagi

Redação Bonde com assessoria de imprensa 
 

A Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) divulgou, na tarde desta segunda-feira (25), que os estudos feitos nas adutoras do Sistema Tibagi confirmam que não há relação entre o funcionamento das tubulações de água e os estrondos e tremores sentidos por moradores do Jardim Califórnia - onde passam as duas linhas - e bairros adjacentes, em Londrina.

O relatório que aponta para esta conclusão foi entregue pelo gerente geral da Sanepar na Região Nordeste, Sérgio Bahls, ao prefeito de Londrina, Alexandre Kireeff (PSD), e ao coordenador geral da Defesa Civil na cidade, coronel Rubens Guimarães, durante reunião que teve também a presença do geólogo e professor da Universidade Estadual de Londrina José Paulo Pinese e da vereadora Elza Correia.

Com 52 páginas, o documento apresenta um histórico do Sistema Tibagi, que entrou em operação em 1991 e teve sua capacidade duplicada em dezembro de 2014.

Saulo Ohara/Grupo Folha
Saulo Ohara/Grupo Folha


Após receber reclamações dos moradores que alegavam que os tremores e estrondos tinham relação com as tubulações da Sanepar, a partir de 15 de dezembro a companhia fez a verificação em campo das adutoras e da estação elevatória que bombeia a água por essas linhas e dos equipamentos de proteção das tubulações.

A Sanepar fez simulações de paradas (liga/desliga) das bombas em diversas ocasiões para comprovar se poderia haver alguma geração de onda de som ou movimento do fluido que pudesse causar tal anomalia. Em nenhuma dessas simulações houve qualquer anormalidade no sistema, como golpes nas adutoras, atestando que o funcionamento das tubulações ocorre conforme previsto no projeto técnico.

Ainda segundo a Sanepar, as tubulações e o equipamento de segurança das tubulações funcionam em ótimas condições, conforme suas especificações técnicas.

Além das simulações, no dia 6 de janeiro a Sanepar instalou sete medidores de pressão (data loggers) ao longo da adutora mais nova, que entrou em operação em dezembro de 2014. No mesmo dia, às 16 horas, fez um teste que colocou a linha em máximo esforço e provocou uma queda abrupta de energia. Durante o teste, que aponta a variação da pressão, do ponto máximo para o ponto mínimo, não foi verificado som nem tremor em nenhum ponto da adutora.

Portanto, depois de todas as verificações das instalações hidráulicas pontuais e das linhas das adutoras na sua total extensão, das peças especiais e do sistema de proteção hidropneumático da elevatória, das verificações dos dados de projetos e das simulações, a Sanepar afirma que não existem fatos que possam associar os estrondos e tremores sentidos pelos moradores com as linhas das adutoras do Sistema Tibagi que abastece as cidades de Londrina e de Cambé.

Análise do relatório

O prefeito Alexandre Kireeff (PSD) vai solicitar uma análise ao Centro de Tecnologia e Urbanismo da Universidade Estadual de Londrina (UEL), ligado aos estudos de hidráulica e saneamento, do relatório técnico elaborado pela Sanepar, referente aos tremores na região leste de Londrina.

De acordo com o geólogo do professor do Departamento de Geociências da UEL José Paulo Pinese, o relatório do Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP) apontou que os estrondos percebidos pelos moradores do Jardim Califórnia são causados pelo deslocamento de alguns milímetros de bloco de rocha, ao longo de fraturas geológicas entre 100 até 250 metros de profundidade. "O relatório confirma a possibilidade de os tremores serem de origem natural. Ou seja, de ser fruto de movimentação de rocha em profundidade. Isso não anula, entretanto, novos estudos sobre alguma atividade humana que possa provocar ou acelerar os movimentos", afirmou.

Em Londrina, continuam instalados quatro sismógrafos portáteis, dos quais três na região do Jardim Califórnia. Os equipamentos vão continuar registrando informações sobre os tremores e abalos sísmicos. O relatório conclusivo deverá ser apresentado pelos Centro de Sismologia da USP em até 30 dias.

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