Da Redação com Agência Senado
A estudante Ana Júlia Ribeiro, que viralizou nas redes sociais após
dizer que os deputados estaduais do Paraná “estão com as mãos sujas de
sangue”, participou de debate na Comissão de Direitos Humanos e
Legislação Participativa (CDH) do Senado nesta segunda-feira (31). Desta
vez ela disse ter visitado escolas de Brasília e criticou a
agressividade de movimentos contrários ao dos estudantes.
“Sem sombra de dúvida somos contra essa repressão agressiva. Nós
defendemos o direito que eles têm de serem contrários. Nós vivemos numa
democracia e sabemos que é importante ter os dois lados. Mas a repressão
violenta nós abominamos e vamos continuar abominando. Porque nós
estamos lá pacificamente, lutando por uma educação pública de qualidade,
na paz, conversando, priorizando o diálogo aberto”, afirmou.
A violência contra os estudantes também foi relatada pela presidente
da União Brasileira dos Estudantes (Ubes), Camila Lanes. Ela afirmou que
o Movimento Desocupa tem atacado as escolas com pedradas e ameaças.
“Infelizmente, no Paraná, a gente vê casos como o atropelamento de um
estudante em um ato. A gente vê casos, como na Bahia, de agressões
físicas e ameaças feitas por membros desse movimento contra estudantes. A
gente vê casos como aqui em Brasília, em que o Movimento Desocupa
tentou invadir uma escola pelo telhado”, lamentou.
As ocupações dos estudantes protestam contra a medida provisória que promove mudanças no ensino médio em todo o país.
PEC 241
Ana Júlia contou ainda que ainda não entendeu por que sua fala teve
tamanha repercussão e criticou também a PEC 241, que no Senado passa a
ser PEC 55, que congela os gastos públicos por vinte anos. “Quem votar a
favor, estará com as mãos sujas por vinte anos”, concluiu.
Para a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), se o Senado fizer um bom
debate, a proposta não vai passar. Ela argumentou que o orçamento atual
não é descontrolado, pois é o mesmo que se gastava em 2003 em termos de
custeio e de folha de pessoal. E que o único setor em que houve aumento
de gasto foi na área social. “E é justamente sobre isso que se querem
diminuir as despesas”, afirmou.
Também nesta segunda, Gleisi sugeriu a realização de um referendo popular, caso a proposta seja aprovada pelos senadores.
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