Redação com Agência Brasil
O presidente Michel Temer sancionou nesta quinta-feira (27) a chamada
“lei do salão-parceiro”, que legaliza a contratação de pessoas
jurídicas para a prestação de serviços em salões de beleza – como os de
cabeleireiros, barbeiros, manicures, pedicures, maquiadores,
esteticistas e depiladores.
A lei reconhece, em todo território nacional, a relação de parceria
entre salões de beleza e prestadores de serviços. O objetivo é
beneficiar mais de 450 mil profissionais de todo o Brasil deixando a
critério do profissional escolher entre trabalhar dentro das regras da
CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) ou em parceria, com contrato,
na modalidade de profissional-parceiro, dentro da formalização, direitos
e obrigações legais, incluindo o recolhimento do INSS pela Empresa do
rateio do profissional, benefícios da aposentadoria e auxílio
maternidade entre outros.
O profissional-parceiro será reconhecido de forma clara e formal,
registrando documentos que serão homologados pelo sindicato da categoria
profissional e laboral. Já os proprietários de salões terão mais
tranquilidade e certeza de que essa forma de trabalho de parceria é
reconhecida, principalmente em questões trabalhistas.
De acordo com a nova legislação, o dono do salão centralizará os
pagamentos e recebimentos decorrentes dos serviços prestados pelo
profissional-parceiro, e repassará os valores devidos, conforme
percentual acertado previamente. Os tributos serão recolhidos
separadamente pelas partes, exclusivamente sobre a parcela que lhe
couber.
A parceria entre o salão e o profissional não resultará em relação de
emprego ou de sociedade entre os envolvidos. O acordo poderá ser
desfeito a qualquer momento, desde que solicitado com aviso prévio de 30
dias.
Reação
A inclusão dos salões de beleza na legislação, no entanto, não tem o
apoio da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Turismo e
Hospitalidade (Contratuh) que, desde o dia 25, faz diariamente
manifestação em frente ao Palácio do Planalto, pedindo que o presidente
Temer vete o projeto.
Em entrevista à Agência Brasil, o presidente da entidade, Moacir Roberto Tesch Auervald, disse que a mudança nas regras vai eliminar direitos trabalhistas dos profissionais de salões de beleza e, ao torná-los pessoas jurídicas, vai obrigá-los a contratar outros profissionais para administrar o empreendimento.
Em entrevista à Agência Brasil, o presidente da entidade, Moacir Roberto Tesch Auervald, disse que a mudança nas regras vai eliminar direitos trabalhistas dos profissionais de salões de beleza e, ao torná-los pessoas jurídicas, vai obrigá-los a contratar outros profissionais para administrar o empreendimento.
Segundo ele, a sanção dessa lei fará com que efeitos negativos
reflitam em diversos outros setores. “Se abrir essa porta, abrirá também
a porta para as demais categorias, como garçons, enfermeiros e qualquer
outra categoria”, disse ele.
Temer ironizou a manifestações feitas pela Contratuh em frente ao
Palácio do Planalto. “Verifico que, lá fora, muitos não puderam entrar e
nos apoiam com suas vuvuzelas”, disse o presidente. Dirigindo-se aos
empresários que participavam da cerimônia, ele emendou: “Convidem
aqueles que estão lá fora para que, se não têm emprego, tenham emprego”.
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