Governo tem feito pente-fino para inibir fraudes e reforçar o caixa público
- Estadão Conteúdo Web
O governo federal publicou portaria no Diário Oficial da União
(DOU) com regras para a revisão do Benefício de Prestação Continuada
(BPC), concedido pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) a
idosos e pessoas com deficiência.
De acordo com a portaria, a revisão será feita por cruzamento
contínuo de informações e reavaliação médica e social, quando for o
caso. Depois da verificação, se ficar comprovado que o beneficiário
possui meios próprios ou da família para se sustentar, “o INSS
suspenderá ou cessará o pagamento do benefício, conforme o caso, sendo
desnecessária a realização de reavaliação médica e social”.
Essa revisão faz parte do pente-fino que o governo tem realizado nos
benefícios e programas sociais para inibir fraudes e reforçar o caixa
público, incluindo segurados com auxílio-doença e aposentadoria por
invalidez e também beneficiários do Bolsa Família. Em julho, quando
anunciou que iria promover esse pente-fino, o governo informou que cerca
de 4,2 milhões de inscritos no BPC seriam alvo das revisões.
Benefícios cassados
No caso de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez, o INSS
começou a fazer as novas perícias em setembro. Das 21 mil perícias já
efetuadas, 80% dos benefícios foram cassados na data da realização do
exame porque os segurados estavam aptos a voltar para o trabalho.
A economia gerada foi até agora de R$ 220 milhões, segundo o órgão. A
revisão nesses benefícios deve durar até dois anos e a economia
estimada é de R$ 6 bilhões por ano.
Na segunda-feira (7), o Ministério do Desenvolvimento Social e
Agrário anunciou o cancelamento de 469 mil benefícios do Bolsa Família e
o bloqueio do saque de outras 654 mil famílias beneficiárias.
Nos dois casos, que afetam mais de 1,1 milhão de pessoas, há suspeita
de que a renda per capita seja superior ao teto exigido para ingresso e
permanência no programa. O ministro Osmar Terra assegurou que o
objetivo desse processo de verificação “não é economizar recursos, mas
focalizar o programa para que ele não seja contaminado pelo uso
inadequado de dinheiro público”.
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