Chuva forte durou menos que dez minutos, destelhou mais de 70 residências, provocou quedas de árvores e afetou até o porto
- Felippe Aníbal / gazeta do povo
Um vendaval que atingiu o Litoral do Paraná no fim da tarde de
terça-feira (27) deixou um rastro de destruição em Paranaguá. Dezenas de
casas foram destelhadas, árvores caíram ou se quebraram, contêineres
foram tombados e sinaleiros, danificados. Apesar disso, não há registro
de feridos ou de pessoas desabrigadas. Segundo o Instituto Simepar, os
ventos chegaram a 99,3 quilômetros por hora.
“O vendaval não durou dez minutos, mas foi o suficiente pra fazer o
que fez. Foram portões arrancados, telhados que chegaram a mudar de
residência, contêineres tombando em pátios de empresas”, disse chefe de
operações da Defesa Civil de Paranaguá, Altair Vieira Rosina.
Na manhã desta quarta-feira (28), a Defesa Civil atuava para atender
as ocorrências. O balanço parcial do órgão aponta que mais de 70
residências foram destelhadas e que cerca de 60 árvores caíram em via
pública ou em casas. “Ainda na madrugada, começamos a entrega de lonas
para famílias que tiveram suas casas atingidas e a retirar as árvores. O
trabalho deve continuar até a tarde [desta quarta-feira]”, disse
Vieira.
Além disso, 19 árvores corriam o risco de cair sobre imóveis, na
manhã desta quarta-feira. As ocorrências foram repassadas ao Corpo de
Bombeiros, que deve promover o corte e a retirada das árvores
condenadas, de modo a evitar danos.
Ainda de acordo com a Defesa Civil de Paranaguá, a tempestade causou
estragos em 40% dos semáforos da cidade. Parte dos sinaleiros continuava
fora de operação ainda na manhã desta quarta-feira. “Cerca de 20% deles
ainda se encontram com avaria. A previsão é que a manutenção seja feita
no período da tarde”, apontou o chefe de operações da Defesa Civil.
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A tempestade também provocou a queda de energia elétrica no Porto de
Paranaguá. Segundo a concessionária Ecovia – que administra o trecho da
BR-277 que liga Curitiba ao Litoral do Paraná –, havia uma fila de cerca
de seis quilômetros de caminhões, na entrada do terminal portuário. A
empresa foi informada pelo porto de que as carretas estão descarregando e
que a fila deve ser zerada no período da tarde.
Em nota, a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa)
informou que a tempestade causou prejuízos de pequenas proporções . As
operações no corredor de exportação foram parcialmente paralisadas, de
forma preventiva. No entanto, o espaço estará em pleno funcionamento
até, no máximo, às 19h desta quarta-feira. Já o pátio de triagem
operava, até às 15 horas, com geradores e por meio de sistemas de
redundância até a conclusão das obras de reparo da Copel.
Pode vir mais
Segundo o meteorologista do Simepar, Samuel Braun, a tempestade
registrada em Paranaguá foi uma típica “chuva de verão”, que se formou
na Serra do Mar e que avançou rapidamente às praias. Na terça-feira, os
termômetros chegaram à casa dos 42ºC na cidade e o calor contribuiu para
a intensidade da tempestade.
As condições já indicavam de que poderia haver temporais no Paraná –
havia um frente fria sobre Santa Catarina, muito calor e muita umidade.
Apesar disso, é difícil prever a localização exata e a intensidade em
que as tempestades vão ocorrer.
“Nós tínhamos um indicativo de que poderia ocorrer um evento como
este no Paraná, mas fica difícil estabelecer com antecedência que seria
no Litoral. As condições mesmo indicavam que poderia ser mais ao Sul do
estado. É um fenômeno difícil de prever com exatidão”, disse Braun.
Nesta quarta-feira, o Paraná observa condições para que uma
tempestade do mesmo porte se repita. A frente fria, embora tenha se
deslocado um pouco para o Sul, ainda permanece sobre Santa Catarina,
próximo do Paraná, enquanto o tempo permanece quente e úmido.
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