terça-feira, 2 de maio de 2017

Em entrevista, Dra. Virgínia diz acreditar que vingança possa ter motivado denúncias contra ela

Da Redação / banda b
Reprodução TV Globo

Dez dias após ser absolvida pelo Tribunal do Júri de Curitiba, a médica Virgínia Soares de Souza falou na noite deste domingo (30) sobre as denúncias que a levaram para a cadeia em 2013. Durante entrevista ao programa Fantástico, da Rede Globo, ela disse acreditar que uma vingança de funcionários possa ter motivado as denúncias anônimas, uma vez que cobrava muito resultados. Ela e outras sete pessoas foram acusadas de antecipar a morte de pacientes que estavam internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Evangélico, entre 2006 em 2013.
“Eu era conhecida mais como uma obstinada do que pelo motivo que fui acusada. Obstinado é um médico que chega a ultrapassar protocolos e regras, que faz de tudo em busca do resgate da vida. (…) Se você olhar o processo, a quantidade de testemunhas se resume a dez, doze. Eles se sentiram ofendidos, ofendidos porque eram cobrados”, acredita Virgínia.
Na decisão, o juiz Daniel Surdi Avellar afirmou que as provas apresentadas pelo Ministério Público (MP) causavam dúvidas quanto aos crimes. “Uma decisão de pronúncia que se repute minimamente democrática jamais poderia se amparar em afirmações genéricas no sentido de que ‘ocorriam antecipações’ de óbito na UTI do Hospital Evangélico”, disse o juiz na decisão.
Ao longo da entrevista, a médica disse que essa é a manifestação mais forte que poderia receber. “A Virgínia é essa que o juiz inocentou. Mais do que a minha palavra, acredito que agora, com toda a manifestação de um tribunal, de um juiz, de um conselho que rege a profissão, é a palavra mais forte que eu posso ter”, comentou.
O Ministério Público do Paraná (MP-PR) vai recorrer da decisão de Avellar. Os promotores alegam que provas foram deixadas de lado pelo juiz.
Vida e processo
Ao longo desses quatro anos de processo, Virgínia fez cursos e passou a trabalhar em um serviço de pesquisa por telefone. Ela explica que nunca saía de casa sozinha e sempre tinha alguém que cuidasse dela, mas as agressões foram bastante pontuais.
A médica afirmou ainda que não pretende voltar a atuar em UTIs. “Jamais [voltaria a atuar]. Por mais que minha imagem seja modificada, pode sobrar um laivo de dúvida e isso eu não suportaria”, concluiu.
Assista a entrevista completa clicando aqui.

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