LETÍCIA CASADO BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Os advogados do senador
afastado Aécio Neves (PSDB-MG) entregaram nesta quarta (24) o passaporte
do tucano ao STF (Supremo Tribunal Federal). Aécio também foi
notificado para se manifestar em até 15 dias do pedido de prisão feito
pela PGR (Procuradoria-Geral da República). Ele é investigado junto com o
presidente Michel Temer e o deputado federal Rodrigo Rocha Loures
(PMDB-PR) em inquérito aberto no STF a partir da delação da JBS.
Na semana passada, o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no
Supremo, negou pedido de prisão de Aécio e do deputado federal Rodrigo
Rocha Loures (PMDB-PR), feito pelo procurador-geral da República,
Rodrigo Janot.
Ao negar o pedido de prisão, Fachin impôs medidas cautelares ao
senador e ao deputado, como suspensão das funções parlamentares "ou de
qualquer outra função pública", proibição de contatar outro investigado e
de sair do país, e mandou que entregassem seus passaportes. Na segunda
(22), Janot recorreu da decisão.
Ele pediu a reconsideração e, em caso de negativa, solicitou que o
recurso seja levado com urgência ao plenário do STF. Aécio recorreu da
decisão de Fachin de afastá-lo das funções de senador.
Segundo Janot, as gravações ambientais e grampos telefônicos
decorrentes da delação premiada de executivos do grupo J&F, que
controla a JBS, demonstraram que os parlamentares "vêm adotando,
constante e reiteradamente, estratégias de obstrução de investigações da
Operação Lava Jato".
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