Um
relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgado nesta
terça-feira (16) aponta o trânsito como uma das principais causas de
morte entre adolescentes no mundo. De acordo com o estudo
global, as principais causas de óbitos entre os brasileiros de 10 a 15
anos são violência, acidentes de trânsito, afogamento, leucemia e
infecções respiratórias.
No
Paraná, os dados do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) são
divididos por faixa etária. De acordo com a autarquia, das 1.682 vítimas
fatais registradas no Estado em 2016, 67 tinham de 12 a 17 anos (3,9%).
“É
preciso reforçar aos adolescentes e aos pais a importância do uso de
cinto de segurança, mesmo no banco traseiro, e de capacetes aos
passageiros de motos. Pedestres e ciclistas devem redobrar a atenção e
evitar o uso de celulares e fones de ouvido como forma de garantir a
própria segurança”, destaca o diretor-geral do Detran, Marcos Traad.
Os pais têm uma responsabilidade enorme e precisam entender que, ao dar o carro ou a moto para um adolescente não habilitado, estão colocando a vida de seus filhos e dos filhos dos outros em risco. É preciso pensar não só na segurança física, mas também emocional desse condutor ao causar uma morte”
Ele
explica que o Governo do Paraná investe em ações educativas em escolas e
universidades e tem se preocupado em veicular campanhas de
conscientização que usem linguagem e plataformas adequadas a este
público, como redes sociais e aplicativos para celulares. Traad completa
que, desde 2011, o Detran-PR aplicou cerca de R$ 98 milhões em educação
para o trânsito.
FERIDOS – Os
adolescentes responderam por 5% das vítimas não fatais registradas nos
acidentes no Estado. Em 2016, foram 48.818 feridos – destes, 2.147 com
idade entre 12 e 17 anos.
Outra
questão apontada pelo Detran-PR é o número de crianças e adolescentes
que se envolvem em acidentes ao dirigir um veículo, mesmo sem
habilitação. Só no ano passado, foram 858 condutores acidentados com
menos de 18 anos.
“Os pais têm uma
responsabilidade enorme e precisam entender que, ao dar o carro ou a
moto para um adolescente não habilitado, estão colocando a vida de seus
filhos e dos filhos dos outros em risco. É preciso pensar não só na
segurança física, mas também emocional desse condutor ao causar uma
morte”, alerta a coordenadora de Educação para o Trânsito, Juçara
Ribeiro.
O Código de Trânsito
Brasileiro (CTB) estabelece no artigo 310 que permitir, confiar ou
entregar a direção de veículo a pessoa não habilitada, ou com CNH
cassada ou suspensa, é crime de trânsito. A pena é detenção de seis
meses a um ano ou multa. Além disso, o proprietário do veículo comete
infrações de trânsito gravíssimas nos artigos 164 e 165 do CTB, com
multa de R$ 293,47, sete pontos na habilitação e retenção de veículo até
apresentação de condutor habilitado.
AVANÇO
– O estudo da OMS intitulado Global Acceleration Action for the Health
of Adolescents não avalia países individualmente, mas áreas econômicas
do planeta. O Brasil, entretanto, é citado como exemplo no combate a
mortes no trânsito. “Legisladores introduziram um novo código de
trânsito em 1998, que tornava mais severas as punições aos infratores. O
novo código teria ajudado a salvar 5 mil vidas no período entre 1998 e
2001”, traz o documento.
np diario
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