sexta-feira, 19 de maio de 2017

Oposição pede renúncia imediata de Temer e convocação de eleições diretas


Também foi protocolado na Secretaria-Geral da Mesa da Câmara pedido de impeachment do presidente da República por crime de responsabilidade
Após a veiculação da notícia de que donos do frigorífico JBS apresentaram gravações envolvendo o presidente da República, Michel Temer, e o senador Aécio Neves (MG), a oposição se manifestou pedindo a renúncia imediata de Temer da Presidência da República, a convocação de eleições diretas e protocolaram o pedido de impeachment de Temer por crime de responsabilidade.
De acordo com o noticiário, os irmãos Joesley e Wesley Batista prestaram depoimentos entre abril e maio. Além disso, a Polícia Federal acompanhou a entrega de dinheiro, pela JBS, a intermediários que seriam de Temer e Aécio – situações gravadas em vídeo pelos investigadores, que monitoraram o caminho do dinheiro a partir da numeração das notas. Os empresários, que também mencionaram o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, já teriam confirmado os depoimentos ao ministro Luiz Edson Fachin, responsável no Supremo Tribunal Federal (STF) pela Lava Jato.
O deputado Alessandro Molon (Rede-RJ) é o autor do pedido de impeachment de Temer protocolado nesta quarta-feira na Secretaria-Geral da Mesa da Câmara:
"Já protocolizei um pedido de impeachment de Michel Temer com base nesta denúncia, nesta delação que trata do pedido de manutenção do pagamento de propina a Eduardo Cunha para que ele mantenha seu silêncio."
Na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), tramita proposta que permite eleições diretas para a Presidência da República (PEC 227/16), com pedido de urgência para a votação no colegiado. O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) defendeu eleições diretas:
"Nós temos na CCJ e já pedimos para entrar na pauta há algum tempo uma PEC que determina que afastado o presidente mesmo agora nesse período não tem indireta, não! Esse Congresso não tem moral e credibilidade para eleger ninguém, e tem eleições diretas."
O líder do Psol, deputado Glauber Braga (RJ), defendeu a saída imediata de Temer:
"Não existe mais qualquer possibilidade de continuidade de Temer à frente da Presidência da República, a legitimidade de Temer e de seu governo para continuar não existe. Ele tem que sair da Presidência da República imediatamente."
O líder do DEM, deputado Efraim Filho (PB), defendeu as investigações, mas afirmou que o Congresso deve manter a agenda de votações:
"A investigação dos fatos irá dizer se houve qualquer infração à Constituição. São duas agendas diferentes, a agenda das investigações e a agenda econômica do Brasil. E o Congresso terá que ter a maturidade e a serenidade para avaliar de formas diferentes. Temos que avaliar, o Brasil e o Congresso Nacional têm que ter a maturidade neste momento, inclusive neste momento, as responsabilidades que a Constituição nos impõe que é aprofundar nos fatos, investigar com celeridade e dar respostas imediatas à sociedade brasileira."
O deputado Domingos Sávio (PSDB-MG) defendeu investigação ampla, mas com responsabilidade com o País:
"Agora o que não podemos é varrer para debaixo do tapete, e nem festejar isso como se fosse: agora tá bom, agora instalou o caos. Nós temos uma responsabilidade com o Brasil. O presidente Michel Temer está em um momento que foi chamado em fazer uma transição, e o País está precisando disso, começou a achar o caminho dessa transição de retomar a geração de emprego, de reequilibrar a econômica, não podemos festejar o caos. Mas, também, não podemos varrer para debaixo do tapete. O presidente Temer deve uma explicação muito clara para a sociedade, não só ele, mas todos que estiverem envolvidos ou acusados de qualquer partido que seja, inclusive do meu."
Em nota, o presidente Michel Temer afirmou que jamais solicitou pagamentos para obter o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha. Não participou e nem autorizou qualquer movimento com o objetivo de evitar delação ou colaboração com a Justiça pelo ex-parlamentar. O encontro com o empresário Joesley Batista ocorreu no começo de março, no Palácio do Jaburu, mas não houve no diálogo nada que comprometesse a conduta do presidente da República.

radio camara

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