Estado registrou alta de 22,9% em cinco anos. Faixa etária dos 40 aos 59 anos lideram
Rodolfo Luis Kowalski / bem paraná
A cada quatro dias, acontecem sete mortes por suicídio no Paraná.
Segundo dados do Ministéiro da Saúde, em seis anos o Paraná registrou um
total de 3.942 mortes por “lesões autoprovocadas”. Além disso, o número
de ocorrências tem crescido ano a ano desde 2011, quando a notificação
de óbitos no país se tornou obrigatória em até 24 horas.
Em 2011, primeiro ano da análise, haviam sido 593 ocorrências no
estado. Já em 2016, último ano com dados disponíveis, foram 729, uma
alta de 22,9%.
No período, somente em 2014 houve queda no índice e na taxa de ocorrências por 100 mil habitantes no estado, cuja alta foi de 18,2% em seis anos, passando de 5,5 por 100 mil em 2011 para 6,5 no ano passado.
Ontem, o Ministério da Saúde divulgou seu primeiro Boletim Epidemiológico de Tentativas e Óbitos por Suicídio no Brasil. De acordo com o estudo, os idosos com mais de 70 anos registram a maior taxa de suicídio por faixa etária, de 8,9 por 100 mil habitantes, enquanto a média nacional é de 5,5 por 100 mil.
No estado, porém, a faixa etária que possui a maior taxa é aquela com idade entre 40 e 59 anos, com 8,2 suicídios para cada 100 mil. Em 2011, 219 pessoas nessa faixa de idade deram cabo à própria vida, enquanto em 2016 haviam sido 266, uma alta de 21,5%. Já entre aqueles com mais de 60 anos, o número de suicídios cresceu 47,7%, saltando de 86 ocorrências para 127. A taxa, contudo, fica em 7,3 por 100 mil.
Entre os fatores de risco para o suicídio estão transtornos mentais, como depressão, alcoolismo, esquizofrenia; questões sociodemográficas, como isolamento social; psicológicos, como perdas recentes; e condições clínicas incapacitantes, como lesões desfigurantes, dor crônica, neoplasias malignas.
Tais aspectos, porém, não podem ser considerados de forma isolada e cada caso deve ser tratado no Sistema Único de Saúde conforme um projeto terapêutico individual.
No período, somente em 2014 houve queda no índice e na taxa de ocorrências por 100 mil habitantes no estado, cuja alta foi de 18,2% em seis anos, passando de 5,5 por 100 mil em 2011 para 6,5 no ano passado.
Ontem, o Ministério da Saúde divulgou seu primeiro Boletim Epidemiológico de Tentativas e Óbitos por Suicídio no Brasil. De acordo com o estudo, os idosos com mais de 70 anos registram a maior taxa de suicídio por faixa etária, de 8,9 por 100 mil habitantes, enquanto a média nacional é de 5,5 por 100 mil.
No estado, porém, a faixa etária que possui a maior taxa é aquela com idade entre 40 e 59 anos, com 8,2 suicídios para cada 100 mil. Em 2011, 219 pessoas nessa faixa de idade deram cabo à própria vida, enquanto em 2016 haviam sido 266, uma alta de 21,5%. Já entre aqueles com mais de 60 anos, o número de suicídios cresceu 47,7%, saltando de 86 ocorrências para 127. A taxa, contudo, fica em 7,3 por 100 mil.
Entre os fatores de risco para o suicídio estão transtornos mentais, como depressão, alcoolismo, esquizofrenia; questões sociodemográficas, como isolamento social; psicológicos, como perdas recentes; e condições clínicas incapacitantes, como lesões desfigurantes, dor crônica, neoplasias malignas.
Tais aspectos, porém, não podem ser considerados de forma isolada e cada caso deve ser tratado no Sistema Único de Saúde conforme um projeto terapêutico individual.
Os três “tipos” de suicídio segundo Durkheim
Embora ainda haja o costume de se tratar o suicídio através de um prisma individual, já no final do século XIX Émile Durkheim revolucionou ao analisar o problema valendo-se de um olhar sociológico, abordando o suicídio como um fato social, uma doença de época cuja causa principal seria a anomia – um estado marcado pela falta de regulamentação, de normas, horizontes infinitos e tormento, enfim, a desordem social.
A partir de sua análise, o sociólogo francês identificou a existência de três “tipos” de suicídio — o egoísta, causado pela decepção, pela melancolia, resultando numa individualização desmesurada que leva o indivíduo a não ver mais sentido na vida; o altruísta, no qual o indivíduo valoriza mais a sociedade do qua a sua própria vida, caso dos kamikazes japoneses na 2ª Guerra Mundial; e por último o suicídio anômico, resultado de um colapso na sociedade, como uma crise econômica, que leva a uma perda de riquezas e poder.
Embora ainda haja o costume de se tratar o suicídio através de um prisma individual, já no final do século XIX Émile Durkheim revolucionou ao analisar o problema valendo-se de um olhar sociológico, abordando o suicídio como um fato social, uma doença de época cuja causa principal seria a anomia – um estado marcado pela falta de regulamentação, de normas, horizontes infinitos e tormento, enfim, a desordem social.
A partir de sua análise, o sociólogo francês identificou a existência de três “tipos” de suicídio — o egoísta, causado pela decepção, pela melancolia, resultando numa individualização desmesurada que leva o indivíduo a não ver mais sentido na vida; o altruísta, no qual o indivíduo valoriza mais a sociedade do qua a sua própria vida, caso dos kamikazes japoneses na 2ª Guerra Mundial; e por último o suicídio anômico, resultado de um colapso na sociedade, como uma crise econômica, que leva a uma perda de riquezas e poder.
Problema ganhou evidência
Ao mesmo tempo em que o número de ocorrências está em alta no país, com 62.804 mortes por suicídio entre 2011 e 2016 (a maioria – 62% - por enforcamento), o problema também ganhou em evidência por conta de eventos como o crime virtual da Baleia Azul e a série 13 Reasons Why (Netflix), o que fez o tema alcançar seu ápice de buscas no Google dos últimos cinco anos.
Tal exposição acaba por ter também um impacto positivo, fazendo aumentar o número de pessoas buscando ajuda. De acordo com o Centro de Valorização da Vida (CVV), ao longo dos últimos meses o número de pessoas que entraram em contato em busca de apoio vem crescendo na Capital. Até o ano passado, eram cerca de 1,4 mil ao mês. Em junho, contudo, foram 2.643, enquanto em julho subiu para 2.703.
Ao mesmo tempo em que o número de ocorrências está em alta no país, com 62.804 mortes por suicídio entre 2011 e 2016 (a maioria – 62% - por enforcamento), o problema também ganhou em evidência por conta de eventos como o crime virtual da Baleia Azul e a série 13 Reasons Why (Netflix), o que fez o tema alcançar seu ápice de buscas no Google dos últimos cinco anos.
Tal exposição acaba por ter também um impacto positivo, fazendo aumentar o número de pessoas buscando ajuda. De acordo com o Centro de Valorização da Vida (CVV), ao longo dos últimos meses o número de pessoas que entraram em contato em busca de apoio vem crescendo na Capital. Até o ano passado, eram cerca de 1,4 mil ao mês. Em junho, contudo, foram 2.643, enquanto em julho subiu para 2.703.
Número de óbitos
|
Brasil
|
taxa por 100 mil habitantes
|
2016
|
9.806
|
(5,6)
|
2015
|
11.736
|
(5,7)
|
2014
|
11.220
|
(5,5)
|
2013
|
11.186
|
(5,6)
|
2012
|
11.017
|
(5,5)
|
2011
|
10.490
|
(5,3)
|
TOTAL
|
65.455
|
|
|
Paraná
|
taxa por 100 mil habitantes
|
2016
|
729
|
(6,5)
|
2015
|
716
|
(6,4)
|
2014
|
620
|
(5,6)
|
2013
|
655
|
(6,0)
|
2012
|
629
|
(5,8)
|
2011
|
593
|
(5,5)
|
TOTAL
|
3.942
|
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