Alta atrelada à firme demanda externa e retração de vendas de produtores
“Os valores da soja em grão e do farelo subiram em outubro, atingindo
os maiores patamares dos últimos três meses – para o óleo, a média é a
maior em nove meses”. A análise é do Cepea (Centro de Estudos Avançados
em Economia Aplicada, da ESALQ/USP), que divulgou relatório nesta
quinta-feira (09.11).
De acordo com a entidade, essa alta esteve atrelada à firme demanda
externa e à retração de produtores em comercializar lotes grandes. “A
posição retraída de produtores, por sua vez, se deve às especulações
sobre um possível atraso na entrada da temporada 2017/18, em função do
semeio mais tardio, o que pode fazer com que traders com navios nomeados
para janeiro e fevereiro paguem valores maiores por lotes da
oleaginosa”, explica.
Nesse cenário, afirma o Cepea, muitos produtores brasileiros deram
preferência para a efetivação de contratos a termo, ao invés de vender a
soja no mercado spot: “Geralmente, observa-se intensificação dos
negócios envolvendo a soja em outubro, mas o volume da safra 2017/18
comercializado até o final do mês esteve abaixo do registrado na
temporada anterior, período em que as vendas antecipadas também
estiveram fracas”.
O relatório aponta ainda que as cotações internas também foram
impulsionadas pela valorização do Dólar norte-americano frente ao Real.
Isso elevou a liquidez externa no último mês, e os embarques brasileiros
seguem em volumes recordes. “A partir da segunda quinzena de outubro,
as precipitações em praticamente todo o Brasil animaram os produtores e
permitiram o avanço no semeio da soja. Nos Estados Unidos, o baixo nível
pluviométrico beneficiou a colheita da oleaginosa”, conclui o Cepea.
Fonte: Agrolink
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