IPCA acumula menor variação acumulada de janeiro a novembro desde 1998
IPCA figura abaixo do piso da meta do governo
Marlon Costa/Futura Press/Estadão Conteúdo
Após se assustar com a maior inflação dos últimos 13 anos em 2015, o
bolso do brasileiro voltou a respirar em 2017 com os menores reajustes
de preços das últimas duas décadas.
De acordo com dados revelados pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor
Amplo), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), até o
mês de novembro, a alta de preços ao longo do ano é 2,5%.
Trata-se do menor valor acumulado até um mês de novembro desde 1998 (1,32%).
No acumulado dos últimos 12 meses finalizados em novembro, a inflação
oficial acumula uma variação de 2,8%, valor que figura abaixo do piso da
meta do governo, firmada em 4,5% ao ano, com margem de 1,5 ponto
percentual para mais ou para menos. Caso a meta realmente não seja
cumprida, o BC (Banco Central) deverá justificar o erro na previsão.
O conselheiro do Corecon-DF (Conselho Regional de Economia do Distrito
Federal) e consultor da Câmara dos Deputados, Pedro Garrido, afirma que o
baixo nível da inflação brasileira está diretamente relacionado à
recessão econômica que atingiu o Brasil em 2015 e 2016.
Garrido avalia que a queda do índice de preços foi guiada pelos preços
livres — aqueles que não sofrem interferência do governo. Para ele, foi
justamente o salto dos preços administrados que fez com que os
consumidores observassem uma inflação mais salgada do que a apresentada
pelos indicadores no acumulado do ano.
— Os preços monitorados, que incluem gás, água e esgoto e combustível,
têm tido um aumento que acelerou a taxa de inflação acumulada. Esses
reajustes estão bem acima do índice geral do IPCA.
A desaceleração dos preços também contabilizada pelos índices da FGV
(Fundação Getulio Vargas). No acumulado dos últimos 12 meses, o IPC-BR
(Índice de Preços ao Consumidor – Brasil) apresenta variação de 3,35%.
No caso dos preços para famílias com renda entre 1 e 2,5 salários
mínimos, o IPC-C1 (Índice de Preços ao Consumidor - Classe 1) aponta para uma alta de 2,29%
entre os meses de dezembro de 2016 e novembro de 2017. Já os IPC-3i
(Índice de Preços ao Consumidor da Terceira Idade), acumula uma variação de 3,53 nos preços até o terceiro trimestre do ano.
Itens
A desaceleração da inflação no ano de 2017 foi guiada, principalmente,
pela queda de preço do feijão-carioca (-42,17%), feijão-mulatinho
(-42,1%), feijão-preto (-35,72%) e feijão-fradinho (-32,43%).
Também contribuíram para a queda do índice de preços o inhame
(-42,11%), a mandioquinha (-35,95%), a banana-d’água (-30,42%) e a maçã
(-25,75%).
Por outro lado, alguns itens essenciais para os brasileiros impediram
que a inflação de preços fosse ainda menor. Este é o caso do botijão de
gás (+14,75%), da energia elétrica residencial (+13,87%) e dos planos de
saúde (+12,33%).
Entre os alimentos, os preços estão 2,4% mais baratos, segundo o IBGE.
Apesar disso, quem foi a feira comprar quiabo, cenoura e manga nos
últimos meses viu os produtos 25,65%, 25,2% e 18,68% mais caros,
respectivamente.
Taxa básica de juros
As sucessivas quedas dos índices de preços influenciaram na queda da
taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, ao menor patamar
da história. Atualmente, a taxa figura no patamar de 7% ao ano.
No último corte da taxa, o Copom (Comitê de Política Monetária) do BC
(Banco Central) afirmou que o cenário para a inflação tem evoluído
“conforme o esperado”.
“O comportamento da inflação permanece favorável, com diversas medidas
de inflação subjacente em níveis confortáveis ou baixos, inclusive os
componentes mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária”,
destacaram os diretores da autoridade monetária.
As expectativas do grupo de economistas consultados semanalmente pelo BC é de que o índice oficial de preços termine 2017 em 3,03%. Para 2018, 2019 e 2020 espera-se que os preços subam em torno de 4%, 4,25% e 4%, respectivamente.
As expectativas do grupo de economistas consultados semanalmente pelo BC é de que o índice oficial de preços termine 2017 em 3,03%. Para 2018, 2019 e 2020 espera-se que os preços subam em torno de 4%, 4,25% e 4%, respectivamente.
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