Em 2017, a cada dois dias foram registradas três ocorrências, segundo Secretaria de Segurança
Rodolfo Luis Kowalski
As comunicações falsas de crime e ocorrências de denúncia caluniosa
estão em alta no Paraná. De acordo com dados levantados pela Secretaria
Estadual de Segurança Pública (Sesp) a pedido do Bem Paraná, em 2017
foram registrados 610 casos desse tipo, alta de 9,12% na comparação com
2016, quando haviam sido 559 casos. Considerando os dois anos, temos uma
média de três ocorrências a cada dois dias no estado.
O mais recente desses episódios foi registrado na última semana,
quando uma estudante da Universidade Positivo confessou ter mentido
sobre um estupro ocorrido dentro da instituição. Com o inquérito
concluído e encaminhado ao Ministério Público, a jovem poderá responder
por comunicação falsa de crime.
Ocorrências assim, inclusive, são as mais comuns de serem registradas
no Paraná. Entre 2016 e 2017, foram 691 registros de comunicação falsa
de crime, o equivalente a 59% do total; A infração, prevista no Código
Penal, é punível com detenção (de um a seis meses) ou multa. Já os casos
de denunciação caluniosa, igualmente tipificado e com penas de 2 a 8
anos de prisão e multa, foram 478, sendo 239 em cada ano.
De acordo com a delegada Eliete Aparecida Kovalhuk, responsável pelas
investigações do caso da estudante da UP, episódios assim atrapalham e
muito o trabalho da Polícia Civil “Nossas equipes de investigação têm de
se debruçar sobre um ato que não aconteceu. A sociedade toda é que sai
prejudica”, afirma, comentando ainda que na Delegacia da Mulher, onde
está lotada, foram dois outros casos assim ao longo de 2017.
“Não é frequente, de termos toda semana ou todo mês coisa assim. Mas
não é raro aparecerem registros falsos de crime, seja apontando uma
certa pessoa para prejudicá-la ou só noticiando um fato que não
aconteceu e sem dar maiores detalhes para investigação. No ano passado,
por exemplo, foram dois casos de estupro aqui em que houve indiciamento
por denunciação caluniosa.”
Quanto aos casos de alegações falsas de estupro, ela aponta que o
indiciamento daquela pessoa inicialmente vista como vítima acontece
apenas em casos mais graves, em que o trabalho da polícia ou a vida de
uma terceira pessoa é demasiadamente influenciado pelo episódio. Sobre o
episódio da estudante da UP, embora não entre em detalhes, a delegada
Kovalhuk aponta que a jovem teria alegado motivos pessoais e emocionais
para inventar a história, além de uma questão financeira de fundo.
Ocorrências
Paraná
2017
Comunicação falsa de crime 371
Denúncia caluniosa 239
TOTAL 610
2016
Comuniacção falsa de crime 320
Denúncia caluniosa 239
TOTAL 559
Curitiba
2017
Comunicação falsa de crime 91
Denúncia caluniosa 68
TOTAL 159
2016
Comuniacção falsa de crime 82
Denúncia caluniosa 45
TOTAL 127
Comunicação falsa de crime 371
Denúncia caluniosa 239
TOTAL 610
2016
Comuniacção falsa de crime 320
Denúncia caluniosa 239
TOTAL 559
Curitiba
2017
Comunicação falsa de crime 91
Denúncia caluniosa 68
TOTAL 159
2016
Comuniacção falsa de crime 82
Denúncia caluniosa 45
TOTAL 127
Boatos de WhatsApp também são problema
Além dos episódios de comunicação falsa de crime e denúncias caluniosas, outro tipo de situação tem se tornado uma verdadeira dor de cabeça para a Polícia Civil: os boatos de WhatsApp. No Núcleo de Combate aos Cibercrimes (Nuciber), por exemplo, informações falsas ou mensagens que comprometem a reputação de terceiros já respondem por mais da metade dos procedimentos da unidade e superaram o número de casos mais graves, como investigações de pedofilia ou estelionato.
A situação chegou a um nível tão alarmante que no ano passado a delegada do Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride), Iara Dechiche, chegou a ter de convocar uma coletiva para esclarecer notícias mentirosas sobre o sequestro de crianças em Curitiba e região metropolitana. Na ocasião, chegou a fazer um apelo à população para evitar preocupações desnecessárias.
“Nós apelamos para que as pessoas que usam as redes sociais tomem cuidado e não passem essas mensagens para frente porque isso aí viraliza e cria pânico na população”, orientou a delegada na época.
Além dos episódios de comunicação falsa de crime e denúncias caluniosas, outro tipo de situação tem se tornado uma verdadeira dor de cabeça para a Polícia Civil: os boatos de WhatsApp. No Núcleo de Combate aos Cibercrimes (Nuciber), por exemplo, informações falsas ou mensagens que comprometem a reputação de terceiros já respondem por mais da metade dos procedimentos da unidade e superaram o número de casos mais graves, como investigações de pedofilia ou estelionato.
A situação chegou a um nível tão alarmante que no ano passado a delegada do Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride), Iara Dechiche, chegou a ter de convocar uma coletiva para esclarecer notícias mentirosas sobre o sequestro de crianças em Curitiba e região metropolitana. Na ocasião, chegou a fazer um apelo à população para evitar preocupações desnecessárias.
“Nós apelamos para que as pessoas que usam as redes sociais tomem cuidado e não passem essas mensagens para frente porque isso aí viraliza e cria pânico na população”, orientou a delegada na época.
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