Dados da Sociedade Brasileira de
Angiologia e de Cirurgia Vascular, seção Rio de Janeiro (SBACV-RJ),
indicam que as altas temperaturas, comuns da época do verão, aumentam
entre 20% e 30% o risco de doenças vasculares, ou venosas, nos membros
inferiores. De acordo com os números, normalmente elas são associadas a
varizes.
“O motivo de as altas temperaturas
piorarem as doenças vasculares no verão é porque o calor provoca
vasodilatação, ou seja, a dilatação dos vasos sanguíneos, com uma
sobrecarga nas veias dos membros inferiores”, afirmou o presidente da
SBACV-RJ, Breno Caiafa.
Segundo ele, pessoas com doença vascular
prévia tendem a piorar no verão, enquanto as demais podem sentir edemas,
dores nas pernas, cansaço, peso, caimbra, ressecamento da pele e
coceira, “tudo provocado pelo calor”.
Desidratação
Breno Caiafa explicou que nesse período
aumenta a secreção de suor e isso pode ser associado à desidratação.
Lembrou ainda que, como estão em férias, muitas pessoas desregulam sua
alimentação, ampliando o consumo de sal e de bebidas alcoólicas, que
também agravam os sintomas vasculares.
Para Caiafa, a população brasileira é
propensa a ter varizes. A estimativa é que isso ocorra em 35% da
população, envolvendo todas as faixas etárias. Avaliando apenas a
população adulta, o percentual pode chegar até 70% de mulheres e a 50%
de homens.
Para evitar o agravamento dos sintomas no
verão, Caiafa informou que o ideal é que as pessoas com doença vascular
procurem um angiologista ou cirurgião para um tratamento anterior à
chegada da estação, a fim de, pelo menos, receber orientação.
Além do fator prévio da doença, existem
agravantes, como a permanência em longos períodos com as pernas para
baixo, em posição sentada ou em pé. Outros agravantes são excesso de
peso e falta de exercício.
Evolução
“A correção será justamente fazer
atividade física, perder peso, evitar permanência sentado ou em pé,
alternar essa movimentação, movimentos com as pernas, levantar e andar
durante o trabalho, restringir o uso de sal e de bebida alcoólica,
aumentar a hidratação, alternar posições de elevação das pernas e, em
alguns casos, com indicação médica, usar meia elástica de compressão
para ajudar a circulação, sugeriu o especialista. Hidratar a pele também
foi recomendado.
Entre os principais sintomas, a evolução
da doença apresenta inchaço das pernas, que pode provocar pequenas
fissuras na pele, facilitando infecções como a erisipela. A complicação
mais temida é a formação de coágulos nas veias, a chamada trombose.
Breno Caiafa destacou que a hidratação
nessa época do ano é fundamental, junto com a reposição de sais
minerais. As pessoas devem beber de dois a três litros de água por dia.
Se forem consumir cerveja, devem alternar a ingestão de água. Para
recuperar sais minerais perdidos, podem beber sucos de frutas,
isotônicos ou água de coco.
Fonte: Agência Brasil
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