Profissionais de odontologia alertam que consumo cresce na faixa dos 12 a 14 anos
BEM PARANÁ
Estudo publicado recentemente no British Dental Journal revela que
adolescentes com idade entre 12 e 14 anos têm consumido muitas bebidas
esportivas socialmente, aumentando a ocorrência de obesidade e erosão
dental. Sabor, preço, facilidade de aquisição e o fato de os pais não
estarem a par dos riscos que essas bebidas representam para quem não é
atleta se mostraram determinantes.
O estudo foi feito em escolas. Metade dos alunos confirmaram que
consomem esse tipo de bebida regularmente. O principal problema é que as
bebidas esportivas têm alta concentração de açúcar e níveis baixos de
pH, favorecendo a formação de cárie, erosão do esmalte dos dentes e
obesidade.
Na última década, as bebidas esportivas – os isotônicos – se
popularizaram bastante. Entretanto, não fazem bem aos dentes. Estudos
indicam que os níveis de acidez dessas bebidas podem levar à erosão da
superfície dental, comprometendo não só o esmalte e a aparência dos
dentes, como também aumentando a sensibilidade e dor.
“É importante ressaltar, também, o consumo exagerado de sucos
industrializados, que contribuem para o desenvolvimento da erosão”, diz
Sandra Kalil, professora de Odontopediatria da Escola de Aperfeiçoamento
Profissional da Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas (APCD).
De acordo com a especialista, as bebidas esportivas variam muito em
sua composição de uma marca para outra. Mas todas têm algo em comum:
devem ser consumidas preferencialmente por atletas de alta performance,
que, devido ao desgaste físico das atividades, precisam deste tipo de
alimento.
“Depois de treinos pesados, a hidratação com esse tipo de bebida alcança um resultado melhor do que a ingestão de água porque as substâncias presentes nas fórmulas repõem minerais e normalizam a quantidade de açúcar no sangue”, explica Sandra Kalil, professora de Odontopediatria.
“Depois de treinos pesados, a hidratação com esse tipo de bebida alcança um resultado melhor do que a ingestão de água porque as substâncias presentes nas fórmulas repõem minerais e normalizam a quantidade de açúcar no sangue”, explica Sandra Kalil, professora de Odontopediatria.
Uso é para quem faz atividades físicas
As bebidas isotônicas, quando ingeridas com regularidade por quem não
desenvolve atividades físicas pode causar uma série de problemas, entre
eles a obesidade. Se ingeridas até mesmo por adultos que não estejam
praticando exercícios ajudam na formação de sobrepeso, além de
fragilizar os dentes, comprometendo a saúde bucal.
“Crianças com uma dieta equilibrada jamais deveriam usar esse tipo de
bebida. Normalmente, elas o fazem sem saber das consequências”, diz
Sandra Kalil, professora de Odontopediatria da Escola de Aperfeiçoamento
Profissional da Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas (APCD).
A profissional da área odontológica ressalta que até mesmo os atletas
de alta performance, que estão sempre com uma garrafinha de isotônico
nas mãos, deveriam se acostumar a fazer bochechos ou escovar os dentes
após a ingestão dessas bebidas altamente açucaradas.
A cirurgiã-dentista explica que não é bem o açúcar que estraga os
dentes, mas o ácido produzido na sequência da ingestão do componente.
“Esse ácido ataca sem piedade o esmalte dos dentes, podendo resultar em
lesões de cárie e outros problemas orais mais graves”, diz. Ela afirma
que, além de estimular os adolescentes a reduzir a ingestão dessas
bebidas, é importante estimular as crianças desde cedo a beber muita
água – que tem, entre outras tantas virtudes, a capacidade de ‘lavar’ a
boca, impedindo altas concentrações de bactérias que resultam em cárie e
mau hálito.
Outra recomendação é preferir água filtrada à água engarrafada. Isso
porque a água engarrafada não tem a mesma concentração de flúor que a
água potável, tratada e distribuída nas residências brasileiras. “E é
graças ao flúor que a estrutura dos dentes se torna mais resistente a
lesões de cárie. Sendo assim, o ideal é encher uma garrafinha com água
várias vezes ao dia para se hidratar como se deve”, diz.
Saiba mais sobre o efeito dos isotônicos para as pessoas
Perigo
- Segundo um estudo feito pela Universidade Estadual da Paraíba, o consumo exagerado da bebida pode prejudicar o esmalte dos dentes, causando cáries e aumentando a sensibilidade dentária, além de dificultar a perda de peso, sobrecarregar os rins e contribuir com o aumento da pressão sanguínea.
- Segundo um estudo feito pela Universidade Estadual da Paraíba, o consumo exagerado da bebida pode prejudicar o esmalte dos dentes, causando cáries e aumentando a sensibilidade dentária, além de dificultar a perda de peso, sobrecarregar os rins e contribuir com o aumento da pressão sanguínea.
- Apesar de saboroso, o uso de isotônicos deve ser controlado e nem
sempre o seu consumo é recomendado. De acordo com os nutricionistas, a
ingestão desse suplemento é indicada para treinos mais intensos ou
longos, como corridas com mais de 10 km ou treinos com duração superior a
uma hora. Durante os treinos mais curtos, a hidratação deve ser feita
preferencialmente com água.
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