Ex- senador Delcídio do Amaral – Foto arquivo: Geraldo Magela /Agência Senado
O Ministério Público Federal no Distrito Federal (MPF-DF) entendeu, 
em parecer encaminhado à Justiça, que o ex-senador Delcídio Amaral (sem 
partido) não tem cumprido os requisitos que permitiram sua saída da 
prisão. Pelo entendimento, que consta em documento assinado nesta 
quarta-feira, 27, Delcídio pode receber uma advertência da Justiça ou 
até mesmo voltar a ser preso. O parecer foi solicitado pela 12ª Vara 
Federal de Brasília, responsável pela fiscalização da situação do 
ex-senador.
A juíza Pollyanna Kelly Alves, da 12ª Vara, informou que deverá 
encaminhar as informações de descumprimento do acordo ao ministro Teori 
Zavascki, do Supremo Tribunal Federal. Foi uma decisão do ministro Teori
 que revogou, em fevereiro, a medida restritiva contra o ex-líder do 
governo. Na ocasião, após o então senador ter firmado um acordo de 
delação premiada com a Procuradoria-Geral da República, Teori autorizou 
que ele deixasse a prisão, mas impôs condições.
O MPF entendeu, no entanto, que Delcídio não tem obedecido parte dos 
requisitos exigidos para que responda às acusações na Lava Jato em 
liberdade – como o comparecimento quinzenal em juízo e o recolhimento 
domiciliar. Como o Poder Judiciário está em recesso, uma decisão sobre o
 caso deverá esperar o retorno do ministro Teori à Corte, que deve 
acontecer na próxima segunda-feira (1º de agosto).
O ex-senador foi preso no exercício do mandato, em novembro do ano 
passado, por tentativa de obstruir as investigações da Operação Lava 
Jato. Ele já havia sido denunciado pelo procurador-geral da República, 
Rodrigo Janot, mas o caso foi encaminhado à Justiça Federal do DF após a
 cassação do mandato do parlamentar e a consequente perda do foro 
privilegiado.
No último dia 21, o MPF-DF ratificou a denúncia de Janot. Junto com 
Delcídio foram denunciados também o ex-presidente Luiz Inácio Lula da 
Silva, o banqueiro André Esteves, o empresário José Carlos Bumlai e seu 
filho Maurício Bumlai, além do advogado Edson Ribeiro e do assessor do 
ex-senador Diogo Ferreira. Todos são acusados de atuação para tentar 
comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, um dos 
delatores na Operação Lava Jato.
Viagem
Delcídio protocolou nesta quinta-feira no STF uma petição em que 
comunica estar em Campo Grande para tratar de assuntos da Fazenda Santa 
Rosa. A propriedade rural fica em Corumbá, na rodovia MS 454, no 
quilômetro 26, segundo o documento. O ex-senador disse que irá para a 
fazenda na próxima terça-feira (2 de agosto) e retornará para Campo 
Grande no dia 8 de agosto. Ele informa que no dia seguinte, 9, viajará a
 Brasília para prestar um depoimento na Receita Federal marcado para o 
dia 10. A defesa do ex-senador não retornou contatos da reportagem.
 
 
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