A partir desta segunda-feira, uma nova página começa a ser escrita na história da Chapecoense.
A ordem no clube é enxugar as lágrimas e iniciar o árduo trabalho de
reerguer o time catarinense para, quem sabe, recolocá-lo no patamar onde
estava até a tragédia da última terça-feira ou acima disso. Mas será
necessário muita ajuda e trabalho.
Clubes de todo o mundo prometeram auxiliar a equipe de Chapecó a se
reerguer. Financeiramente, o clube vivia situação invejável para a
maioria dos times de futebol brasileiro e nos últimos anos vinha
fechando as contas no azul, sem que os dirigentes colocassem qualquer
centavo do próprio bolso – como, por exemplo, fez o presidente Paulo
Nobre, do campeão Palmeiras, ao emprestar dinheiro para quitar dívidas.
No total, a Chapecoense teve neste ano uma renda de R$ 45 milhões,
sendo R$ 25 milhões oriundos da cota de TV, R$ 9 milhões dos patrocínios
da Caixa e Aurora e mais R$ 9 milhões de outras fontes (venda de
produtos, sócio-torcedor, ingressos, etc). Entretanto, em nenhum ano foi
preciso montar um novo time como agora.
Por isso, a diretoria está propensa a aceitar que jogadores cheguem
por empréstimo. Clubes da Série A se comprometeram a ceder gratuitamente
atletas para o clube catarinense na próxima temporada. Até times do
exterior também querem ajudar. O Libertad-PAR, o Racing-ARG e o
Benfica-POR prometeram dar alguns reforços.
A diretoria vai promover diversos garotos das categorias de base e
analisará a situação de todos os atletas do atual elenco. Eles têm
contrato até o fim do ano, mas avisaram que querem ficar para ajudar na
reconstrução. No total, são 11 jogadores, entre eles o goleiro Marcelo
Boeck e o meia Martinuccio.
QUEM COMANDA – Além de clubes, empresários também
estão dispostos a ajudar. O agente Jorge Machado, que cuidava da
carreira de Matheus Biteco, Dener Assunção e Tiaguinho, todos mortos na
tragédia, avisou a diretoria que pretende ajudar levando atletas para o
clube.
Existe ainda um grupo de empresários dispostos a investir cerca de R$
30 milhões em contratações. A Chapecoense diz não saber de tal
disposição, mas afirma que a ajuda seria bem-vinda.
Existem dois pontos que mais preocupam a diretoria no momento. O
primeiro é definir quem será o técnico, já que a quase toda a comissão
técnica – inclusive o técnico Caio Júnior – faleceu. Existe a
possibilidade de recorrerem a algum treinador que já tenha dirigido o
time, para facilitar na questão da adaptação e ter maior apoio das
arquibancadas.
Outra situação que faz todos na Chapecoense ficarem atentos é com
possíveis aproveitadores. Os dirigentes sabem que o clube catarinense
pode ser usado por clubes, empresários e atletas para se promover. Por
isso, já avisaram que não pretendem contar com nenhum grande nome do
futebol para ajudar na reconstrução. Exceto, se sentirem que pode ser
útil.
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