Agência Brasil
Quase não houve
alteração nas taxas de juros para a pessoa física entre outubro e
novembro, segundo pesquisa feita em seis modalidades pela Associação
Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade
(Anefac). Na média, a taxa ficou estável em 8,2% ao mês e 157,47% ao
ano, a menor desde agosto último.
No entanto, um dos principais meios de
consumo, o cartão crédito continua nas alturas com uma taxa de 459,53%
ao ano com alta de 0,26% acima da registrada em outubro último.
Na rolagem da dívida, a taxa ao mês
atingiu 15,43%. A segunda modalidade mais onerosa ao consumidor continua
sendo o cheque especial com taxa mensal de 12,56% e 313,63% ao ano,
tendo sido corrigida em 0,40%.
A maior elevação do período foi constata
no empréstimo pessoal junto a financeiras que estavam cobrando 8,35% ao
mês e 161,79% ao ano, um aumento de 0,95%. E o que levou a estabilidade
da taxa média foi o recuo no empréstimo pessoal bancário de 1,28% .
Neste tipo de financiamento, a taxa ao mês passou de 4,68% para 4,62%,
atingindo 71,94% ao ano.
No período, também ficou estável o juro
sobre o Crédito Direito ao Consumidor (CDC) oferecido pelos bancos para a
compra de automóveis. A taxa foi mantida como a mais baixa, de 2,32% ao
mês e 31,68% ao ano. Já no comércio, o custo do crédito alcançou 5,90%
ao mês e 98,95% ao ano, ou 0,68% mais do que em outubro.
Impacto da Selic
O diretor executivo de estudos e
pesquisas da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira, prevê apenas para o
começo do próximo ano uma diminuição nas taxas como efeito do corte de
0,25 ponto percentual na Taxa Básica de Juros, a Selic) pelo Banco
Central.
“Com certeza essa queda, eventualmente,
será repassada para as taxas de juros das operações de crédito e será
observada na próxima pesquisa de juros, a ser divulgada em janeiro de
2017”, disse.
Por meio de nota, ele afirmou que o fato
de o Banco Central ter efetuado essa baixa no último dia do mês ainda
não houve tempo hábil para um impacto no mercado.
Para ele, o Comitê de Política Monetária
(Copom) deve decidir por novas reduções “tendo em vista a melhora das
expectativas quanto à redução da inflação bem como na melhora fiscal”. O
executivo alerta, porém, que como permanecem os riscos de inadimplência
elevada, isso pode influenciar nos juros do mercado, tanto para pessoas
físicas quanto jurídicas.
Pelos cálculos da Anefac, de março de
2013 a novembro deste ano, a taxa Selic aumentou 6,50 pontos
percentuais, passando de 7,25% ao ano para 13,75%. No mesmo período, a
taxa média de juros para pessoa física ficou 79% maior (elevação de
69,50 pontos percentuais) ao saltar de 87,97% para 157,47%.
Empresas
Duas das três linhas de crédito
utilizadas por empresas tiveram elevação. Na média, a taxa ficou em
4,82% ao mês e 75,93% ao ano. Na modalidade Desconto de Duplicata, houve
alta de 0,61%, passando para 3,29% ao mês e 47,47% ao ano e, na conta
garantida, aumento de 0,35% ao atingir 8,5% ao mês e 166,17% ao ano.
Em relação à tomada para capital de
giro, a variação foi negativa em 1,1% com a taxa de 2,67% ao mês e
37,03% ao ano, a menor desde março deste ano.
No caso dos empréstimos para pessoas
jurídicas, os juros subiram 32,35 pontos percentuais ou 74,23% entre
março de 2013 e novembro deste ano (de 43,58% para 75,93% ao ano).
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