SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Autoridades do primeiro escalão do
governo norte-americano afirmaram neste domingo (13) que um confronto
militar com a Coreia do Norte não é iminente, mas que a possibilidade de
guerra com o país é maior do que era há uma década.
O diretor da CIA (Agência Central de Inteligência dos EUA), Mike
Pompeo, e o tenente-general do Exército H.R. McMaster, conselheiro de
segurança nacional do presidente Donald Trump, tentaram oferecer
garantias de que o conflito é evitável, mesmo tentando passar a mensagem
de que apoiam as palavras duras de Trump em relação a Pyongyang.
Na semana passada, o republicano afirmou que as armas americanas
estavam "engatilhadas" caso o regime norte-coreano resolvesse fazer algo
"imprudente". A mensagem foi uma resposta aos recorrentes testes de
mísseis pelo ditador Kim Jon-un, à ameaça de que usariam como alvo a
ilha de Guam -território americano no Pacífico que abriga uma base
militar do país- e ao relatório da Defesa americana segundo o qual os
norte-coreanos já são capazes de construir uma bomba nuclear pequena o
suficiente para caber em um míssil.
Pompeo e McMaster afirmaram que os aliados norte-americanos -uma
alusão a Japão e Coreia do Sul- não poderão mais esperar enquanto a
Coreia do Norte avança com seu projeto de desenvolver um míssil
balístico intercontinental. "Não estamos mais perto da guerra do que
estávamos a uma semana atrás, mas estamos mais perto do que estávamos há
dez anos", afirmou McMaster, acrescentando que o governo Trump está
preparado para lidar com a Coreia do Norte militarmente, se necessário.
McMaster ressaltou que os EUA têm feito "esforços diplomáticos",
liderados pelo secretário de Estado Rex Tillerson, além de imporem
sanções financeiras contra o país para dissuadir Kim.
Questionado se as pessoas deveriam se preocupar com a escalada das
tensões entre os dois países, Pompeo afirmou ainda que "não há nada
iminente neste momento". Para o diretor da CIA, Kim é "racional" e
responde a "circunstâncias adversas". "Esperamos que a Coreia do Norte
entenda que os EUA não terão mais a paciência estratégica que permitiu o
avanço do programa de armas local", declarou Pompeo. "É simples assim."
O mais alto oficial do Exército norte-americano, o general Joseph
Dunford, dos Fuzileiros Navais, viajou à Ásia e se encontrará com
líderes de Coreia do Sul, Japão e China nesta semana. A ideia é "sair
desta situação sem guerra", segundo o general.
O líder chinês, Xi Jinping, pediu em telefonema a Trump no sábado
(12) que os dois lados evitem palavras e ações que possam piorar a
crise. A China é o maior parceiro norte-coreano, seja comercialmente ou
no envio de ajuda humanitária, mas Pequim diz não consegue convencer o
aliado a encerrar os programas nuclear e de mísseis. O jornal
norte-coreano Minju Joson afirmou em editorial no sábado que o país "é
capaz de lutar em qualquer guerra que os EUA queiram".
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