SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O dólar acompanhou o exterior nesta
terça-feira (12) e registrou valorização de quase 1%, antes da reunião
de política monetária do banco central americano que deve aumentar os
juros nos Estados Unidos pela terceira vez em 2017. O dólar comercial se
valorizou 0,93%, para R$ 3,329, atingindo o maior patamar desde 23 de
junho deste ano, quando foi cotado a R$ 3,339. O dólar à vista teve alta
de 0,96%, para R$ 3,331. Na Bolsa brasileira, a sessão foi de forte
instabilidade, mas o Ibovespa, índice que reúne as ações mais
negociadas, subiu 1,39%, para 73.813,53 pontos. O volume financeiro
negociado no dia foi de R$ 6,6 bilhões. A alta do dólar foi puxada pelo
possível aumento de juros nos Estados Unidos, que pode atrair para o
país recursos hoje aplicados emergentes como o Brasil. Na reunião desta
quarta (13), o Federal Reserve (Fed, banco central americano) deve
elevar os juros para a faixa entre 1,25% e 1,5%. Está previsto também
discurso da atual presidente do Fed, Janet Yellen, e projeções para a
economia americana nos próximos anos. "O que a Yellen vai falar é pouco
relevante e a alta dos juros está nos preços. O mais importante são as
projeções de membros do Fed quanto à taxa de juros", diz Ignacio Crespo,
economista da Guide Investimentos. Além disso, segue no radar dos
investidores o esforço que o governo está fazendo para votar a
Previdência neste ano, apesar de o próprio governo começar a acenar com a
possibilidade de discutir o assunto somente em fevereiro, após o fim do
recesso parlamentar. Nesta terça, o presidente Michel Temer afirmou
que, se não houver votos neste ano, tentará marcar uma nova data para a
reforma da Previdência em fevereiro. "A gente está cético, não achamos
que vai passar ou avançar. Se não passar pode ter piora de mercado, mas o
impacto será bem mais positivo com a aprovação do que negativo com a
rejeição", diz Crespo. AÇÕES Das 59 ações do Ibovespa, 50 subiram e 9
caíram. A maior alta do dia (+5,43%) foi das ações da construtora MRV,
que divulgou a retomada de lançamentos voltados para a média renda,
depois de um período dedicado quase exclusivamente ao segmento do Minha
Casa Minha Vida. Em seguida vieram os papéis da Estácio, que avançaram
4,62%. Na noite desta segunda-feira (11), o grupo de ensino superior
conseguiu derrubar uma liminar que suspendia parte das 1.200 demissões
de professores que a empresa anunciou na semana passada. Em terreno
negativo, as ações da Rumo recuaram 1,95%. Os papéis da Raia Drogasil
tiveram baixa de 1,57%, e a Usiminas se desvalorizou 0,67%. As ações da
Petrobras se valorizaram, apesar da queda dos preços do petróleo. Os
papéis mais negociados da estatal subiram 1,37%, a R$ 16,19. As ações
que dão direito a voto tiveram ganho de 0,72%, para R$ 15,49. A
mineradora Vale teve alta de de 1,17%, para R$ 36,18. Entre os bancos, o
Itaú Unibanco subiu 0,8%. As ações preferenciais do Bradesco
registraram alta de 1,97%, e as ordinárias subiram 2,03%. O Banco do
Brasil avançou 2,22%. As units -conjunto de ações- do Santander Brasil
subiram 1,77%. DÓLAR No mercado cambial, o dólar ganhou força ante 24
das 31 principais divisas do mundo. O Banco Central realizou novo leilão
de linha, de venda com compromisso de recompra. Foram vendidos US$ 2
bilhões ofertados, mesmo valor negociado em 5 de dezembro. Além disso, o
BC deu continuidade a seus leilões de swaps cambiais tradicionais
(equivalentes à venda de dólares no mercado futuro). Foram vendidos 14
mil contratos para rolagem do vencimento de janeiro. Até agora, rolou o
equivalente a US$ 5,6 bilhões do total de US$ 9,638 bilhões que vencem
no mês que vem. O CDS (credit default swap, espécie de seguro contra
calote) do Brasil caiu 0,65%, para 166,5 pontos. No mercado de juros
futuros, os contratos mais negociados terminaram com sinais distintos. O
contrato com vencimento em janeiro de 2018 avançou de 6,893% para
6,895%. O contrato para janeiro de 2019 recuou de 6,990% para 6,970%.
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