terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Dólar testa R$ 3,33 e fecha no maior patamar desde junho; Bolsa sobe

Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O dólar acompanhou o exterior nesta terça-feira (12) e registrou valorização de quase 1%, antes da reunião de política monetária do banco central americano que deve aumentar os juros nos Estados Unidos pela terceira vez em 2017. O dólar comercial se valorizou 0,93%, para R$ 3,329, atingindo o maior patamar desde 23 de junho deste ano, quando foi cotado a R$ 3,339. O dólar à vista teve alta de 0,96%, para R$ 3,331. Na Bolsa brasileira, a sessão foi de forte instabilidade, mas o Ibovespa, índice que reúne as ações mais negociadas, subiu 1,39%, para 73.813,53 pontos. O volume financeiro negociado no dia foi de R$ 6,6 bilhões. A alta do dólar foi puxada pelo possível aumento de juros nos Estados Unidos, que pode atrair para o país recursos hoje aplicados emergentes como o Brasil. Na reunião desta quarta (13), o Federal Reserve (Fed, banco central americano) deve elevar os juros para a faixa entre 1,25% e 1,5%. Está previsto também discurso da atual presidente do Fed, Janet Yellen, e projeções para a economia americana nos próximos anos. "O que a Yellen vai falar é pouco relevante e a alta dos juros está nos preços. O mais importante são as projeções de membros do Fed quanto à taxa de juros", diz Ignacio Crespo, economista da Guide Investimentos. Além disso, segue no radar dos investidores o esforço que o governo está fazendo para votar a Previdência neste ano, apesar de o próprio governo começar a acenar com a possibilidade de discutir o assunto somente em fevereiro, após o fim do recesso parlamentar. Nesta terça, o presidente Michel Temer afirmou que, se não houver votos neste ano, tentará marcar uma nova data para a reforma da Previdência em fevereiro. "A gente está cético, não achamos que vai passar ou avançar. Se não passar pode ter piora de mercado, mas o impacto será bem mais positivo com a aprovação do que negativo com a rejeição", diz Crespo. AÇÕES Das 59 ações do Ibovespa, 50 subiram e 9 caíram. A maior alta do dia (+5,43%) foi das ações da construtora MRV, que divulgou a retomada de lançamentos voltados para a média renda, depois de um período dedicado quase exclusivamente ao segmento do Minha Casa Minha Vida. Em seguida vieram os papéis da Estácio, que avançaram 4,62%. Na noite desta segunda-feira (11), o grupo de ensino superior conseguiu derrubar uma liminar que suspendia parte das 1.200 demissões de professores que a empresa anunciou na semana passada. Em terreno negativo, as ações da Rumo recuaram 1,95%. Os papéis da Raia Drogasil tiveram baixa de 1,57%, e a Usiminas se desvalorizou 0,67%. As ações da Petrobras se valorizaram, apesar da queda dos preços do petróleo. Os papéis mais negociados da estatal subiram 1,37%, a R$ 16,19. As ações que dão direito a voto tiveram ganho de 0,72%, para R$ 15,49. A mineradora Vale teve alta de de 1,17%, para R$ 36,18. Entre os bancos, o Itaú Unibanco subiu 0,8%. As ações preferenciais do Bradesco registraram alta de 1,97%, e as ordinárias subiram 2,03%. O Banco do Brasil avançou 2,22%. As units -conjunto de ações- do Santander Brasil subiram 1,77%. DÓLAR No mercado cambial, o dólar ganhou força ante 24 das 31 principais divisas do mundo. O Banco Central realizou novo leilão de linha, de venda com compromisso de recompra. Foram vendidos US$ 2 bilhões ofertados, mesmo valor negociado em 5 de dezembro. Além disso, o BC deu continuidade a seus leilões de swaps cambiais tradicionais (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro). Foram vendidos 14 mil contratos para rolagem do vencimento de janeiro. Até agora, rolou o equivalente a US$ 5,6 bilhões do total de US$ 9,638 bilhões que vencem no mês que vem. O CDS (credit default swap, espécie de seguro contra calote) do Brasil caiu 0,65%, para 166,5 pontos. No mercado de juros futuros, os contratos mais negociados terminaram com sinais distintos. O contrato com vencimento em janeiro de 2018 avançou de 6,893% para 6,895%. O contrato para janeiro de 2019 recuou de 6,990% para 6,970%.

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