Gustavo Carneiro/Folha de Londrina
O
diretor regional da ABCR (Associação Brasileira de Concessionárias de
Rodovias) do Paraná e Santa Catarina, João Chiminazzo Neto, diz não ver
como será possível uma cobrança de tarifas até 50% mais baratas,
conforme prometeu o secretário estadual de Desenvolvimento Urbano,
Silvio Barros (PP), ao anunciar a notificação das concessionária de
rodovias federais para que iniciem os balanços dos atuais contratos, que
terminam em 2021. Chiminazzo admite que não conhece qualquer proposta
de nova concessão e que o valor da tarifa terá de ser definida com base
em volume de tráfego, investimentos e depreciações, além de levar em
conta a situação econômica do período da possível nova concessão.
Nesta segunda-feira (11), o governo estadual anunciou que já solicitou às concessionárias de rodovias federais no Paraná que iniciem a conclusão de seus processos de finalização de contrato, que se encerram em 2021, além do pedido ao Ministério dos Transportes de uma nova delegação das rodovias federais ao Estado para novo modelo de concessão. Na ocasião, Barros anunciou que espera um novo modelo com tarifas 50% mais baratas que as atuais, consideradas as mais caras do País.
As concessões de rodovias federais no Paraná passaram, na década de 1990, por um processo de delegação das vias ao Estado, que tornou-se o responsável pela manutenção das vias e que abriu um processo de concessão para as empresas de pedágio por um período de 25 anos, a partir de 1996. Uma eventual renovação dependeria da renovação do contrato de delegação, que o Ministério dos Transportes já anunciou que não pretende manter.
Segundo Chiminazzo, o início antecipado do processo de conclusão é importante para que hajam os ajustes necessário, de modo a evitar desequilíbrios. Entretanto, ele afirma que, para opinar sobre valores diferentes de tarifas, seria necessário conhecer o novo modelo de concessão. "Com relação aos novos valores, efetivamente, se fizer um novo programa de concessões, será executado com base nos índices econômicos atuais", afirma, recordando que a taxa de retorno no processo de concessão era de 30%, contra os atuais 9%.
Para o diretor regional da associação, um novo contrato pode ter pedágio 50% mais barato ou até mais, mas é necessário saber o que será exigido. "Não tem como fazer uma concessão sem saber o volume de veículos, os investimentos anuais. Nós não conhecemos o projeto. Se o governo disser que dá pra baixar 50%, pode ser que dá pra baixar 70% ou 30%, mas não dá para ter ideia, agora, se não fizer o estudo", adianta.
Luís Fernando Wiltemburg
Reportagem Local
Reportagem Local
folha de londrina
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