O delator da Odebrecht Claudio Melo Filho cita em seu anexo entregue à
força-tarefa da Operação Lava Jato que o deputado federal cassado
Eduardo Cunha (PMDB-RJ) recebeu R$ 7 milhões da empreiteira, pela
influência que tinha entre parlamentares da Câmara dos Deputados.
“Em 2010, pela importância política que o então deputado possuía, a
empresa aprovou o valor estima de R$ 7 milhões. Esses valores constam
expressamente nas planilhas como supostamente destinados à campanha
eleitoral, identificado pela expressão ‘CP-Braskem’ e também a Benedicto
Junior”, afirmou Claudio Melo, que foi vice-presidente Institucional da
Odebrecht, servindo de elo do grupo com políticos, em Brasília.
Eduardo Cunha está preso, em Curitiba, desde o dia 19 de outubro, por
ordem do juiz federal Sérgio Moro, dos processos da Lava Jato em
primeira instância. Ele é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro em
negócios de compra de campos de exploração de petróleo em Benin, na
África.
“Entreguei algumas vezes senhas a Eduardo Cunha quando solicitado
pela área de operações estruturas, mas o pedido de pagamento não
endereçado por Eduardo Cunha a mim”, explicou o delator, que listou no
anexo os valores e datas de entregas.
Claudio Melo disse que seu trânsito maior era com a bancada de
senadores do PMDB, mas que também mantinha reuniões com Cunha, em
especial para discutir temas de interesse da Odebrecht no setor de
energia.
“Nas vezes em que conversava com o deputado sobre temas da empresa,
era sempre atendido com presteza e educação. As reuniões se deram no
gabinete da liderança do PMDB, que fica em frente ao Salão Verde, em uma
sala no final do corredor das lideranças.”
Cunha é réu em um processo aberto por Moro em Curitiba. As revelações
da Odebrecht, que ainda serão transformadas em termos de delação e
precisarão ser homologadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), servirão
para a abertura de novos inquéritos contra os citados.
“Entendi que essa era uma forma de reconhecimento pela relação deste
com a Odebrecht, pois ele sabia que receberia pagamentos a pretexto de
contribuição de campanha.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário