- Chapecó (SC)
Daniel Isaia - Enviado especial / ebc
A
Prefeitura Municipal de Chapecó confirmou hoje (30) que o velório das
vítimas do acidente aéreo na Colômbia será realizado na Arena Condá,
estádio da Chapecoense. O dia e o horário da cerimônia ainda não estão
definidos, já que depende da liberação dos corpos e do transporte ao
Brasil. A chegada dos corpos no município do oeste catarinense está
prevista para sexta-feira (2).
Hoje à tarde, autoridades
estiveram no estádio da Chapecoense para avaliar o espaço físico e
planejar o velório coletivo. A cerimônia deverá reunir dezenas de
milhares de pessoas que irão se despedir das vítimas, especialmente dos
integrantes da delegação do clube alviverde.
À noite, no horário
em que estava prevista a partida entre Chapecoense e Atlético Nacional
de Medellín, pela final da Copa Sulamericana, haverá uma intensificação
da vigília no estádio. O clube espera que os torcedores ocupem as
arquibancadas da Arena Condá para homenagear jogadores, dirigentes e
comissão técnica que morreram após o acidente aéreo.
Uma
homenagem semelhante, organizada pela torcida do time colombiano, também
está prevista para acontecer no estádio onde aconteceria o jogo, em
Medellín.
Vigília e homenagens
Desde
a manhã de ontem, quando as primeiras informações sobre a tragédia
começaram a circular, a Arena Condá se transformou no ponto de reunião
de torcedores, funcionários, jogadores e parentes das vítimas. Algumas
pessoas armaram barracas e passaram a noite no estádio. O acesso
principal para as arquibancadas ganhou uma espécie de memorial
improvisado, onde foram colocados cartazes, fotos e flores para a equipe
que morreu no acidente.
A auxiliar de cozinha Eliana de Toni
levou as duas filhas para acompanhar a vigília no estádio. Após prestar
homenagens no memorial improvisado, ela ressaltou que toda a equipe da
Chapecoense tinha uma relação muito próxima com a cidade. “Eles eram
pessoas muito simples, muito humildes. A gente encontrava em padarias,
mercados, barzinhos, restaurantes. Eles vinham e conversavam, tiravam
fotos. Nunca deixaram esse sucesso subir à cabeça”, lembrou a torcedora.
O
lateral Cláudio Winck não havia sido escalado para a partida na
Colômbia e, por isso, não estava no avião. Hoje de manhã, ele caminhou
no gramado do estádio e conversou com amigos e torcedores. “A gente está
sempre viajando, uma vez por semana tem voo de avião. Havia a
expectativa de que a equipe voltasse para casa com um bom resultado na
final, e acontece uma fatalidade dessas. Agora não tem como pensar em
futebol, o momento é de mobilização para ajudar os familiares das
vítimas”, afirmou o atleta.
Alguns
torcedores que foram até a Arena Condá procuraram um local mais isolado
nas arquibancadas para realizar vigília. A auxiliar de enfermagem
Gleica Cristine Klaus chegou ao estádio com uma camisa autografada por
jogadores, um manto do clube catarinense e um terço para oferecer
orações às vítimas. “A gente estava vivendo o melhor momento da história
da Chapecoense. Agora tem esse período de luto que vai demorar pra
passar; mas em consideração aos nossos eternos guerreiros, a gente não
pode deixar esse sonho acabar. Precisamos nos unir e reerguer esse
time”, ressaltou.
Torcedores lotam Estádio em Medelín, onde seria
a primeira partida da final da Copa Sul-Americana entre Atlético
Nacional e Chapecoense
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