Curitiba recebe hoje atos com a participação dos dois personagens
principais da arena política do País e da pré-campanha às eleições
presidenciais de outubro. Pela manhã, desembarca na Capital paranaense o
deputado federal e pré-candidato ao comando do Palácio do Planalto,
Jair Bolsonaro (PSL). À tarde, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
(PT) chega à cidade para participar de manifestação na Praça Santos
Andrade que encerra uma caravana pela região Sul marcada por conflitos
entre militantes petistas e apoiadores de Bolsonaro.
A princípio, o deputado do PSL estará apenas de passagem por
Curitiba, para um evento em Ponta Grossa (Campos Gerais). Seus
apoiadores, porém, marcaram uma recepção para ele no Aeroporto Afonso
Pena, em São José dos Pinhais (região metropolitana), às 11h30,
convocada pelo deputado federal paranaense Fernando Francischini (PSL).
Além disso, o Movimento Brasil Livre (MBL), que participou das
manifestações pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT),
programou uma carreata contra Lula, que deve partir do Parque Barigui às
15h30, seguindo até a praça 19 de Dezembro, no Centro Cívico, com
previsão de chegada às 17 horas. O local fica a menos que um quilômetro
da Santos Andrade, onde acontecerá o ato de Lula e o PT.
A caravana de Lula começou no Rio Grande do Sul, passando por Santa
Catarina e chegou ao Paraná no domingo. Durante todo o trajeto, houve
protestos de manifestantes contrários ao petista, e confrontos. Na
segunda-feira, em Foz do Iguaçu (região Oeste, o ato do petista teve
ovos atirados contra ele e seus apoiadores e policiais militares usando
gás lacrimogêneo para dispersas os manifestantes. Lula disse esperar
confusão em Curitiba, e que defende a paz, mas que não aceitará apanhar.
“Nós vamos terminar nossa caravana em Curitiba. Eu já sei que vai ter
confusão. Nós somos de paz. Agora, a única coisa que nós não aceitamos é
virar a outra face. Nós não queremos bater, não nascemos para bater.
Mas, também não queremos apanhar”, afirmou. “O que nós queremos é
estabelecer uma política de ordem. O que nós queremos é ensinar as
pessoas a conviverem democraticamente na diversidade. O que não queremos
é que as pessoas se desentendam por posições políticas diferentes. O
que não pode acontecer é sermos inimigos de nossos adversários. Assim
não iremos construir a democracia”, declarou o ex-presidente.
Pedras
Bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha foram disparadas para
dispersar pessoas aglomeradas próximas ao acesso do prédio em que o
político iria discursar. Eles haviam rompido o isolamento e se
aproximado do outro grupo para atirar ovos e pedras. Ao lado do
ex-presidente do Paraguai, Fernando Lugo, e do ex-ministro das Relações
Exteriores da Argentina, Jorge Tayana, Lula defendeu o projeto petista
de governo e acusou opositores de perseguição.
“O que está em jogo é a soberania do Brasil. Não querem prender o
ex-presidente Lula. Querem prender e destruir tudo o que representa a
nossa eleição”, ciritou.
No domingo, ônibus de apoiadores de Lula foram recebidos com ovos em
Santa Catarina. Na segunda, um repórter do jornal ‘O Globo’ levou um
tapa na cara de um segurança da comitiva de Lula. Também dois repórteres
colaboradores da ‘Folha’ sofreram intimidação e foram chamados de
petistas, mesmo se identificando, ao se aproximarem de grupos críticos a
Lula, em Foz, na segunda, e em São Leopoldo (RS), na sexta.
‘Ou eu estou louco ou quem me condenou’
Durante passagem por Quedas do Iguaçu (região Oeste), o ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, que teve seu último recurso na segunda
instância negado ontem, alegou mais uma vez sua inocência no processo da
Lava Jato. “Ou eu estou louco ou quem me condenou está louco”, disse
Lula, ao falar sobre sua condenação, conforme vídeo transmitido pelo PT
nas redes sociais.
Ele afirmou que está “indignado” com o processo e voltou a apelar para instâncias superiores. “A minha inocência eu já provei, eu quero que eles provem a minha culpa e a única coisa que eu peço é que numa instância superior eles julguem o mérito do processo”, disse.
Ele afirmou que está “indignado” com o processo e voltou a apelar para instâncias superiores. “A minha inocência eu já provei, eu quero que eles provem a minha culpa e a única coisa que eu peço é que numa instância superior eles julguem o mérito do processo”, disse.
O pedido de habeas corpus preventivo do petista será julgado pelo
Supremo Tribunal Federal (STF) no próximo dia 4. Até lá, Lula não poderá
ser preso, conforme liminar concedida pela corte na semana passada. O
petista repetiu que quem o condena está com medo de ele ser eleito no
primeiro turno das eleições deste ano
‘Barbárie’
Com a condenação em segunda instância, uma candidatura do
ex-presidente pode ser impugnada pela Justiça Eleitoral com base na Lei
da Ficha Limpa. O PT pretende registrá-lo como candidato no dia 15 de
agosto. “Podem estar certos de uma coisa: eu vou voltar a presidir este
País”, declarou Lula.
O petista classificou como “barbárie” e “selvageria” os protestos que
enfrenta durante sua caravana pelo Sul do País. Ele não fez nenhuma
menção à agressão sofrida por um repórter do jornal O Globo na
segunda-feira. O jornalista foi atingido com um soco por parte de um
segurança da caravana em Francisco Beltrão (Sudoeste).
No discurso, Lula citou casos de agressão que teriam ocorrido contra
militantes favoráveis ao petista. “Todo e qualquer protesto se aceita, o
que não se aceita é a violência, é as pessoas serem bárbaras no trato
de uma questão política”, afirmou.
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