O governador Beto Richa (PSDB) convocou para segunda-feira (26) uma
reunião com todos os integrantes do primeiro escalão do Governo do
Estado. A expectativa é de que Richa anuncie sua renúncia para disputar
uma das duas vagas paranaenses no Senado em disputa nas eleições de
outubro.
O encontro com secretários e dirigentes de autarquias e empresas
estatais vai ocorrer no Gabinete de Gestão e Informação (GGI), no 2º
andar do Palácio Iguaçu. Após o término da reunião, Richa participa de
uma coletiva de imprensa.
Richa adiou para a próxima segunda-feira o anúncio de sua decisão.
Apesar do suspense, a saída de Richa já é dada como certa. Tanto que o
grupo da vice-governadora Cida Borghetti (PP) – capitaneado pelo seu
marido, o ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP) – já trabalha nos
bastidores na formação da equipe do novo governo.
O prazo para a desincompatibilização de que vai concorrer a outro
cargo termina no próximo dia 7. No último dia 14, Richa prometeu
anunciar sua decisão esta semana. Ontem, durante o velório do
ex-deputado federal Luciano Pizzatto (DEM), no Palácio Iguaçu, porém, o
governador alegou que ainda tem questões pendentes para definir seu
futuro político. “Estamos conversando com partidos e delegaram para mim
esta decisão (das alianças). Viajo hoje e retorno na sexta. Ficou para
segunda-feira”, afirmou. Richa falou que novidades podem surgir por ter
percebido “uma movimentação diferente” dos partidos. Ele alegou que
aguarda os ajustes finais para anunciar sua decisão.
Na semana passada, Richa chegou a afirmar que poderia encerrar a
carreira política, permanecendo no cargo até o final do mandato, em
dezembro deste ano. Aliados próximos ao governador, porém, dizem que
essa possibilidade é remota, porque o tucano teria uma eleição
praticamente garantida para o Senado, já que são duas vagas em disputa.
Além disso, se ele não renunciar, seu filho, Marcelo Richa (PSDB),
pré-candidato a deputado estadual, e o irmão e secretário de Estado da
Infraestrutura, José Richa Filho (PSDB), pré-candidato à Câmara Federal,
ficariam impedidos de concorrer em razão do parentesco.
Cida Borghetti conta com a saída de Richa para assumir o governo e
concorrer à reeleição. Nos últimos dias, o marido da vice, Ricardo
Barros, intensificou os contatos para a formação do novo governo e da
base de apoio da futura administração de Cida na Assembleia Legislativa.
Entre os nomes cotados para compor a equipe está o ex-prefeito de
Maringá e irmão do ministro, Silvio Barros (PP), que deve assumir a
chefia da Casa Civil.
Neutralidade – Outra informação de bastidores dá conta de que Richa
deve deixar o governo dentro do prazo de desincompatibilização, mas não
anunciará quem apoiará para sua sucessão, já que além de Cida Borghetti,
o grupo que apoia a administração do tucano também tem o deputado
estadual Ratinho Júnior (PSD) como pré-candidato ao comando do Palácio
Iguaçu. Nesse cenário, ele manteria-se inicialmente neutro, evitando o
descontentamento de um dos dois grupos aliados que seria preterido em
caso de apoio oficial.
Na prática, a maior parte da atual base governista deve apoiar a
candidatura de Cida Borghetti. Na Assembleia, estima-se que ela teria o
apoio de cerca de 30 dos 54 deputados estaduais, garantindo maioria
tranquila para aprovar seus projetos na Casa.
O próprio Barros já anunciou que deixa o Ministério da Saúde na
semana que vem, para concorrer à reeleição para a Câmara Federal e
coordenar a campanha de sua esposa. O ministro estaria ainda trabalhando
intensamente para esvaziar a candidatura de Ratinho Jr, atraindo
partidos que até então estavam alinhados com o deputado e pré-candidato
do PSD
Nenhum comentário:
Postar um comentário