segunda-feira, 11 de junho de 2018

CNA estima que tabelamento do frete aumentaria custos de grãos em 152%

ABPA e CNA alertam que medida pode resultar no aumento de preços dos produtos agrícolas

Por Raphael Costa
Os ajustes nos preços de frete, anunciados pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), causaram debates em diferentes setores da economia, mesmo após a revogação. Por parte de entidades ligadas ao agronegócio, a medida é vista como prejudicial à competitividade brasileira e ao preço final repassado ao consumidor
Um dos pontos de negociação para o fim da greve dos caminhoneiros, o tabelamentos dos fretes fixa novos preços para o serviço, levando em conta fatores como quilometragem, quantidade de eixos, além de considerar as naturezas das cargas, divididas entre carga geral, a granel, frigorificada, perigosa e neogranel.
No entanto, os reflexos negativos apontados por diversos setores produtivos fizeram com que as autoridades recuassem e revogassem a decisão.

A tabela dos fretes com os preços foi publicada na quinta-feira (7) e foi mal recebida por representantes do agronegócio.
Segundo o vice-presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal, Ricardo Santin, a entidade sempre se posicionou contra a tabela de preços.
Fez questão de ressaltar de que o segmento de proteína animal depende fundamentalmente do transporte rodoviário e de que o modelo vigente sempre atendeu à demanda. Na visão de Santin, as consequências da adoção do novo modelo de preços para o frete seriam insustentáveis.
“Representa aumento de preços. Não tem como não ter. Aumento de preços porque é aumento de custo. Nós não sabemos, somos uma entidade que não trabalha com preços, não sei qual o preço que cada empresa cobra, mas dependendo da empresa, situação e da sua conformação de logística vai encarecer de acordo com cada caso”, afirmou ele.
Aumento do frete foi rejeitado por entidades que representam o AgronegócioOutra entidade que representa os produtores rurais e também se posicionou contrária à medida do governo foi a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Em nota publicada no site oficial, a CNA alertou "que produtos como grãos chegariam a ter valores 152% mais caros, com um encarecimento de até R$ 13 mil no transporte do Mato Grosso ao Porto de Santos, principal rota para a exportação".O texto, assinado pelo presidente João Martins, afirma que "a tabela não consideraria a interação entre todos os atores que compõe o sistema de transporte rodoviário".

agencia do radio

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