Noivo aguardava no altar e não sabia que noiva chegaria de helicóptero, segundo dono do buffet e organizador da festa. Morreram ainda o irmão da noiva, a fotógrafa do casamento e o piloto.
A noiva que morreu no acidente em São Lourenço da Serra,
na Grande São Paulo, na tarde deste domingo (4), tinha o sonho de
chegar ao seu casamento de helicóptero, segundo o dono do buffet e
responsável pela organização da festa, Carlos Eduardo Batista. O noivo a
aguardava no altar quando soube do acidente com o helicóptero que
deixou a sua futura mulher, o irmão dela, a fotógrafa do casamento, que
estava grávida, e o piloto, mortos.
A cerimônia e a festa de casamento de Rose e Urdiley aconteceriam às
16h no Recanto Beija-Flor, espaço para festas de casamentos na cidade da
Grande São Paulo, mesmo horário da queda da aeronave.
“O noivo não sabia que ela chegaria de helicóptero. Seria uma surpresa
para ele e para todas as pessoas da festa. Todas as noivas tem um sonho e
o dela era chegar de helicóptero a seu casamento sem que ninguém
soubesse”, disse Carlos, um dos poucos que sabia da surpresa para poder
organizá-la.
O dono do buffet afirmou que estranhou quando o helicóptero não pousou
no campo de futebol do sítio e procurou a empresa responsável pela
aeronave.
“O dono disse que o helicóptero já tinha subido e que já deveria ter
chegado”. “Pouco depois, ele mesmo me disse que uma aeronave tinha
caído, mas que não imaginava que seria a sua própria”, completou.
Na sequência, Carlos procurou autoridades, como Bombeiros e Polícia
Civil e apenas informou ao noivo e aos convidados que a noiva não
conseguiria chegar de helicóptero como havia planejado por causa do mau
tempo. Outras noivas já haviam planejado chegar de helicóptero à festa
no Recanto Beija-Flor e tiveram que terminar o percurso de táxi, por
exemplo, segundo Carlos.
Quando recebeu a confirmação da queda e das mortes, Carlos comunicou
primeiramente o noivo. “Chamei o pastor que estava na cerimônia e ele
foi comigo comunicar para tentar acalantar o noivo. Ele ficou em estado
de choque. Depois, os demais convidados [cerca de 300] souberam e
ninguém sabia como agir. Foi uma tragédia”. Alguns familiares e
convidados permaneceram no local da festa e outros foram embora.
O helicóptero que caiu é do modelo Robinson 44, matrícula PRTUN,
segundo a Aeronáutica. De acordo com o órgão, uma equipe do Seripa IV
(Quarto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes
Aeronáuticos) está indo para o local para começar as investigações do
acidente.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou, por meio de sua
assessoria de imprensa, que a aeronave estava com inspeção válida até 16
de dezembro, que o certificado de aeronavegabilidade estava normalizado
e que poderia voar até dia 1º de fevereiro de 2007 e que a capacidade
era de 3 pessoas, sem contar o piloto.
De acordo com Carlos, o helicóptero saiu de um hangar em Osasco e caiu a cerca de 2km do local da festa.
A queda ocorreu na Estrada da Barrinha e oito carros dos bombeiros
foram para o local. A aeronave caiu em uma região de mata fechada,
próxima à Rodovia Régis Bittencourt. Por volta das 18h, quando o
Globocop sobrevoava a área, havia neblina e chuva.
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