bem paraná
(Franklin de Freitas)
Em média, um preso é assassinado a cada dia no país. É
o que mostra levantamento do jornal Folha de S Paulo com base em dados
de governo estaduais. Em 2016, ao menos 372 pessoas foram mortas em
unidades prisionais, número que tende a crescer neste ano, com as 60
mortes ocorridas em rebeliões em Manaus apenas nos dois primeiros dias
de janeiro. No Paran ?, segundo o levantamento, oito presos, morreram no ano passado.
Em
relação à população carcerária nacional, hoje acima de 600 mil pessoas,
a taxa de assassinatos nas prisões é de 58 para cada 100 mil pessoas. A
marca supera, por exemplo, a de todo o Estado de Sergipe, o mais
violento do país
em homicídios dolosos em geral (53,3 por 100 mil habitantes), segundo o último Anuário Brasileiro de Segurança.
MORTES EM PRESÍDIOS
em homicídios dolosos em geral (53,3 por 100 mil habitantes), segundo o último Anuário Brasileiro de Segurança.
MORTES EM PRESÍDIOS
Cear ? e Pernambuco foram os Estados com mais presos assassinados em 2016,
antes do massacre no Amazonas
antes do massacre no Amazonas
Presos assassinados em presídios (2016)
CE 48
PE 43
RN 31
PA 24
PB 20
GO 20
MS 19
RR 18
SP 17
PI * 16
RS 15
AM 10
RO 9
RJ 9
MA 8
PR 8
AC 7
TO 7
AL 7
DF 7
SC 7
BA 7
MG 6
MT 4
AP 3
SE 2
ES 0
Fontes governos estaduais e Ministério da Justiça/Infopen (dez.2014)
CE 48
PE 43
RN 31
PA 24
PB 20
GO 20
MS 19
RR 18
SP 17
PI * 16
RS 15
AM 10
RO 9
RJ 9
MA 8
PR 8
AC 7
TO 7
AL 7
DF 7
SC 7
BA 7
MG 6
MT 4
AP 3
SE 2
ES 0
Fontes governos estaduais e Ministério da Justiça/Infopen (dez.2014)
* Último dado disponibilizado pelo Governo Federal
* Segundo o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Pia
* Segundo o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Pia
Mais da metade desses crimes do ano passado (182) está concentrada no Nordeste. O ranking nacional é liderado pelo Ceará, com 48 assassinatos. O auge da crise da segurança no Estado foi em maio, quando 14 detentos morreram em dois dias em rebeliões em cinco presídios. A facção criminosa Família do Norte, que liderou o massacre desta semana em um complexo
penitenci ?rio no Amazonas, tem forte atuação na região.
O
governo cearense justifica o alto número com a superlotação dos
presídios e diz que faz "esforços pelo desencarceramento". Diz que abriu
1.592 vagas na Grande Fortaleza em 2016 e deve abrir outras 2.131 ao
longo deste ano.
"O sistema prisional está em colapso", resume o
presidente da OAB, Claudio Lamachia, segundo o qual, para reduzir o
problema da violência nos presídios, o sistema deveria ser
descentralizado. "É preciso investir na construção de presídios
regionalizados, menores, onde há um maior controle. E na região de onde
vem o preso, para ficar perto da família e facilitar a ressocialização",
diz. "Hoje você tem uma política de insegurança pública, colocando
pessoas de menor potencial ofensivo, como dependentes químicos, na mesma
cela de grandes criminosos. Vira uma escola do crime e deixa toda a
sociedadevulnerável", completa Lamachia.
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