sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Paraná registrou oito mortes em presídios no ano passado

bem paraná

(Franklin de Freitas) 
 
Em média, um preso é assassinado a cada dia no país. É o que mostra levantamento do jornal Folha de S Paulo com base em dados de governo estaduais. Em 2016, ao menos 372 pessoas foram mortas em unidades prisionais, número que tende a crescer neste ano, com as 60 mortes ocorridas em rebeliões em Manaus apenas nos dois primeiros dias de janeiro. No Paran ?, segundo o levantamento, oito presos, morreram no ano passado.
Em relação à população carcerária nacional, hoje acima de 600 mil pessoas, a taxa de assassinatos nas prisões é de 58 para cada 100 mil pessoas. A marca supera, por exemplo, a de todo o Estado de Sergipe, o mais violento do país
em homicídios dolosos em geral (53,3 por 100 mil habitantes), segundo o último Anuário Brasileiro de Segurança.

MORTES EM PRESÍDIOS
Cear ? e Pernambuco foram os Estados com mais presos assassinados em 2016,
antes do massacre no Amazonas
Presos assassinados em presídios (2016)
CE 48
PE 43
RN 31
PA 24
PB 20
GO 20
MS 19
RR 18
SP 17
PI * 16
RS 15
AM 10
RO 9
RJ 9
MA 8
PR 8
AC 7
TO 7
AL 7
DF 7
SC 7
BA 7
MG 6
MT 4
AP 3
SE 2
ES 0
Fontes governos estaduais e Ministério da Justiça/Infopen (dez.2014)
* Último dado disponibilizado pelo Governo Federal
* Segundo o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Pia


Mais da metade desses crimes do ano passado (182) está concentrada no Nordeste. O ranking nacional é liderado pelo Ceará, com 48 assassinatos. O auge da crise da segurança no Estado foi em maio, quando 14 detentos morreram em dois dias em rebeliões em cinco presídios. A facção criminosa Família do Norte, que liderou o massacre desta semana em um complexo
penitenci ?rio no Amazonas, tem forte atuação na região.
O governo cearense justifica o alto número com a superlotação dos presídios e diz que faz "esforços pelo desencarceramento". Diz que abriu 1.592 vagas na Grande Fortaleza em 2016 e deve abrir outras 2.131 ao longo deste ano.
"O sistema prisional está em colapso", resume o presidente da OAB, Claudio Lamachia, segundo o qual, para reduzir o problema da violência nos presídios, o sistema deveria ser descentralizado. "É preciso investir na construção de presídios regionalizados, menores, onde há um maior controle. E na região de onde vem o preso, para ficar perto da família e facilitar a ressocialização", diz. "Hoje você tem uma política de insegurança pública, colocando pessoas de menor potencial ofensivo, como dependentes químicos, na mesma cela de grandes criminosos. Vira uma escola do crime e deixa toda a sociedadevulnerável", completa Lamachia.

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