A Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo informou ontem que quatro pessoas morreram no Estado com suspeita de febre amarela neste
mês. Todas as vítimas haviam viajado para Minas, onde há um surto da
doença, o que indica, de acordo com a pasta, que a transmissão tenha
ocorrido fora do território paulista. Mesmo assim, a secretaria pediu
doses extras da vacina ao Ministério da Saúde para intensificar a
imunização no interior do Estado, área de risco.
Dos quatro óbitos, três aconteceram na capital e o outro em Américo
Brasiliense, na região de Araraquara. Uma das vítimas mortas na cidade
de São Paulo era moradora de Santana do Parnaíba, na região
metropolitana, mas teve o óbito confirmado na capital porque estava
internada no Instituto Emílio Ribas, na zona oeste. As outras duas
mortes registradas na capital aconteceram no Hospital Municipal do Campo
Limpo, na zona sul.
Embora as quatro vítimas tenham viajado para Minas, não está
totalmente descartada a possibilidade de o paciente de Américo
Brasiliense ter sido infectado em alguma área rural da própria cidade
paulista. “O que nos deixa em dúvida é que esse paciente viajou para
Divinópolis, cidade mineira onde não há surto. Então estamos
investigando para saber se a infecção aconteceu no Estado de São Paulo
ou no de Minas”, explica Marcos Boulos, coordenador de controle de
doenças.
De acordo com Boulos, as quatro vítimas paulistas eram homens e
jovens. “Tivemos dois óbitos de pessoas de 23 anos e os outros nessa
mesma faixa etária”, afirmou ele. Além das quatro mortes, há ainda
outros dois casos da doença em investigação no Estado, nos quais os
pacientes estão em recuperação.
Caso confirmadas, essas serão as primeiras mortes por febre amarela
registradas em território paulista neste ano. No ano passado, dois
óbitos pela doença foram notificados: um em Ribeirão Preto, em dezembro,
e outro em Bady Bassit, região de São José do Rio Preto, em abril.
Nesses dois casos a infecção pela doença foi autóctone, ou seja, de
transmissão local. Em ambos os registros, porém, a contaminação
aconteceu fora da área urbana.
Vacinação
A Secretaria da Saúde de São Paulo solicitou ao governo federal 235
mil doses extras da vacina para imunizar a população do interior. “Na
maioria das regiões de risco, cerca de 80% da população já é vacinada,
mas há algumas áreas próximas da divisa de Minas, como São João da Boa
Vista, que ainda não têm um alto índice de cobertura. Estamos focando
nesses locais”, explica Boulos.
Ele diz que, apesar das mortes, não há motivo para pânico, uma vez
que os casos de contaminação no País seguem ocorrendo em áreas rurais ou
de mata, de maneira isolada. “Estamos fazendo todo o trabalho de
vigilância, mas não temos registro de caso de febre amarela urbana
(transmitida pelo Aedes aegypti) há muito tempo, desde 1942.
Provavelmente, o Aedes perdeu um pouco de sua competência de
transmissão.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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