TALITA FERNANDES BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Com anúncio da
pré-candidatura do senador Álvaro Dias (PR) ao Palácio do Planalto em
2018, o Podemos foi lançado neste sábado (1º) em Brasília. Último a
falar no evento, o senador foi anunciado como um candidato "sensato" que
vai unir o país.
"Vamos arrancar o Brasil das mãos sujas de corrupção dos que nos
assaltaram nos últimos anos", disse o senador, ex-tucano, que na última
semana trocou o PV pelo Podemos. "Sem reformas e sem mudanças
mergulharemos nas águas sujas do fracasso", acrescentou.
O partido é uma atualização da sigla PTN, que obteve autorização do
TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em maio para mudar de nome. Apesar da
inspiração na sigla homônima da Espanha, o Podemos brasileiro é lançado
como um partido de centro, enquanto a proposta europeia é de esquerda.
O Podemos conta atualmente com uma bancada de 14 deputados federais e
2 senadores, com as filiações de Romário (RJ), que deixou o PSB na
semana passada, e de Dias. Embora oficialmente o partido se apresente
como "independente" em relação ao governo de Michel Temer, ainda possui
cargos como a presidência da Funasa (Fundação Nacional de Saúde).
Em seu discurso, a presidente nacional da sigla, a deputada Renata
Abreu (SP), negou que seja motivada por cargos no governo. "Os que
vieram para o Podemos não vieram por troca-troca, por ministérios.
Vieram pela mudança", disse.
A aposta do partido é lançar candidaturas de "centro" ligadas ao
discurso de mudança e de maior participação popular, sobretudo com
intenso uso de redes sociais. Durante os discursos repetiu-se várias
vezes que a divisão entre "direita e esquerda" era "coisa do passado".
Além de Dias, o Podemos pretende lançar Romário ao governo do Estado
do Rio de Janeiro. O senador, contudo, não compareceu ao evento por
problemas com voo.
O evento contou com a participação do ex-jogador de futebol
Marcelinho Carioca e de Antônio Campos, que disputou a prefeitura de
Olinda-PE, em 2016, pelo PSB. Campos é irmão de Eduardo Campos,
ex-governador de Pernambuco e candidato à Presidência da República morto
em acidente aéreo em 2014.
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