A Confederação Nacional da Indústria (CNI) criticou ontem (6) a adoção
de uma tabela com preços mínimos para o transporte de cargas, apontando
que a medida gera prejuízos e danos para a economia. Pelas estimativas
da entidade, o setor de alimentação será o mais afetado, incluindo
arroz, aves e suínos com percentuais de reajuste superando 60% nos
fretes, que deverão ser repassados para os consumidores.
Representando as associações e federações estaduais de indústria, a CNI
diz que está avaliando possíveis medidas judiciais e administrativas
contra as normas que estabeleceram valores mínimos de transporte de
carga para o Brasil, que foi uma das medidas negociadas com os
caminhoneiros para pôr fim à greve da categoria.
Os cálculos da CNI apontam que o transporte de arroz pelas rodovias do
país terá aumento de 35% a 50% no mercado interno e de 100% para
exportações. No caso da indústria de aves e suínos, a previsão é que o
impacto sobre o custo do transporte será em torno de 63%.
O frete de rações para alimentar os animais tende a aumentar 83%. No
setor de papel e celulose, a alta do preço para transportar os produtos
será de 30%. Segundo a assessoria de imprensa da entidade, o aumento no
valor do frete leva à elevação de preços das mercadorias que chegam às
prateleiras dos consumidores.
A tabela com preços mínimos já foi regulamentada pela Agência Nacional
de Transportes Terrestres (ANTT). A agência informou hoje que vai fazer
uma consulta pública para discutir com a sociedade os valores
instituídos pela política de preços mínimos de transporte rodoviário de
cargas.
Reunião
Em reunião realizada hoje, em Brasília, representantes das associações
industriais e federações estaduais da indústria fizeram uma avaliação
dos impactos da greve dos caminhoneiros e das medidas anunciadas pelo
governo para estancar a crise. Para o setor, é insustentável a
manutenção da tabela com preços mínimos, informou a assessoria da CNI.
De acordo com a Confederação, a indústria brasileira sofreu “prejuízos
bilionários” com a greve dos caminhoneiros. Com a tabela de preços
mínimos, os empresários afirmam que diversas indústrias diminuiram as
remessas de cargas e outras estão avaliando verticalizar a operação, o
que significa a montagem de frotas próprias de caminhões, em razão dos
altos preços do frete.
Fonte: Assomasul
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