Queda de 11% da moeda dos EUA foi guiada por reforma da Previdência
Dólar acumula queda de 1,23% nas últimas 4 sessões
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O dólar registrou leve queda ante o real nesta quarta-feira (6),
marcando o quarto pregão seguido de perdas, com os investidores menos
preocupados com as negociações do governo para conquistar apoio político
necessário para a votação da reforma da Previdência ainda neste ano na
Câmara dos Deputados.
Na sessão, a moeda norte-americana recuou 0,11%, a R$ 3,2305 na venda,
acumulando desvalorização de 1,26% em quatro pregões. O dólar futuro
tinha queda de cerca de 0,25% no final da tarde.
"O mercado se animou com o PMDB porque, à medida que vai avançando a
negociação com os partidos, crescem as expectativas de que a reforma vai
ser aprovada este ano", disse o operador da Spinelli Corretora José
Carlos Amado.
Na reta final deste pregão, o dólar passou a cair sobre o real após a
notícia de que o PMDB, partido do presidente Michel Temer, fechou
questão a favor da reforma da Previdência. Ou seja, obriga que os
deputados da legenda votem a favor da matéria, sob risco de punições
caso contrário.
O movimento foi visto como importante para levar outros partidos da
base aliada a adotarem a mesma posição. O governo tem feito esforços
para garantir apoio político para a reforma.
Temer se reuniu com líderes de partidos da base nesta manhã para fazer
avaliação dos votos que o governo tem. Após o encontro, integrantes da
base governista avaliaram que o clima entre os aliados mudou, a
resistência diminuiu e a reforma teria chances de ser votada na próxima
terça-feira na Câmara dos Deputados.
Como o trabalho de convencimento tem sido árduo, inclusive envolvendo
verbas extras por meio de emendas parlamentares, o mercado passou o dia
mais cauteloso. O dólar chegou a subir a R$ 3,2506 na máxima do dia,
movimento que perdeu força de vez no final dos negócios.
"O mercado vê como positiva a articulação para a reforma ser votada
neste ano, mas como não há certeza de nada, fica arisco", afirmou mais
cedo o gerente de Tesouraria do Banco Confidence, Felipe Pellegrini. "A
instabilidade é comum quando o mercado não consegue fazer uma previsão
forte", acrescentou.
A reforma da Previdência é tida como fundamental pelos agentes econômicos para colocar as contas públicas do país em ordem.
O Banco Central vendeu o total de até 14 mil swaps cambiais
tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, para rolagem do
vencimento de janeiro. Até agora, rolou o equivalente a US$ 2,8 bilhões
do total de US$ 9,638 bilhões que vencem no mês que vem.
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