T&F alerta que as valorizações não devem ser desperdiçadas
A T&F Consultoria Agroeconômica alerta que as recentes valorizações
do preço da soja no mercado físico brasileiro não devem ser
desperdiçadas, pois os preços “estes percentuais já foram maiores, estão
caindo”. Segundo os especialistas, independente do nível das cotações, o
importante é “olhar a lucratividade média que pode ser obtida hoje pela
soja”. A T&F aponta alguns fatores negativos no curto prazo:
O primeiro são as chuvas na Argentina: “Elas são importantes porque o
país é o maior exportador de farelo do mundo, que ficariam com a sua
disponibilidade reduzida em caso de quebra de safra. São também grandes
exportadores de grão e de óleo de soja. Nas semanas anteriores as
cotações nos mercados futuros de Chicago e de Dalian tinham subido
justamente pela falta de chuva; quando elas vieram (e tem perspectivas
de mais precipitações para os próximos dias), o mercado devolveu todas
as altas que tinham ocorrido. Mas, o clima continua sendo um fator
importante daqui para frente e deve ser seguido de perto”.
Outro fator são os estoques maiores do que o necessário de soja em grão
e produtos, na China: “Aparentemente a China comprou mais do que
precisava e deve passar algumas semanas sem fazer grandes compras, o que
arrefece o lado da demanda e, com ela, as cotações nas duas bolsas”,
ressalta o analista Luiz Fernando Pacheco.
Ele chama a atenção também para o fato de que, embora a área deva ser
menor nos EUA, para a próxima temporada a produção brasileira de soja
continua elevada: “A maioria dos analistas estima que a produção
nacional se situará ao redor de 114 milhões de toneladas, como no ano
passado, não pela produtividade, que deverá ser menor, mas pelo aumento
da área (qual agricultor brasileiro se arriscaria a plantar menos soja,
sendo que ela é o esteio da fazenda?). Talvez no ano de 2018 os preços
do milho estejam tão elevados que estimulem a aumentar a área deste
cereal, mas aí já será outra safra, estamos falando da safra de
2017/18”.
“Outro fator importante é o dólar que, nesta semana, subiu muito dadas
as reviravoltas com as expectativas de aprovação das reformas da
Previdência. Por isso resolvemos aumentar o texto sobre o dólar na p. 4.
E a semana que entra parece que será decisiva. Se o governo conseguir
aprovar esta reforma, ele volta para R$ 3,10, que seria o seu lugar
apropriado. Se não, ficará de R$ 3,30 para cima”, alista.
De acordo com Pacheco, tudo isto levou o mercado a fazer “uma cumieira
nesta semana. Subiu um pouco acima dos $ 10,00/bushel em Chicago e
depois voltou a cair abaixo deste nível psicológico. Sinceramente, não
vemos perspectivas de alta a curto prazo. Por isso, como já fizemos ao
longo da semana, recomendamos fixar mais alguns lotes antes que caia
mais. Se depois subir, você terá outros lotes para vender. As
perspectivas a longo prazo dependem da resolução dos fatores acima, isto
é, se a safra argentina vai ser boa ou não e se a China vai voltar a
comprar forte. Não aposte. Melhor ser seguro do que perder tudo. E não
se arrependa”.
Fonte: Agrolink
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