terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Fatores que podem levar a soja a cair no curto prazo

T&F alerta que as valorizações não devem ser desperdiçadas

 

A T&F Consultoria Agroeconômica alerta que as recentes valorizações do preço da soja no mercado físico brasileiro não devem ser desperdiçadas, pois os preços “estes percentuais já foram maiores, estão caindo”. Segundo os especialistas, independente do nível das cotações, o importante é “olhar a lucratividade média que pode ser obtida hoje pela soja”. A T&F aponta alguns fatores negativos no curto prazo:
O primeiro são as chuvas na Argentina: “Elas são importantes porque o país é o maior exportador de farelo do mundo, que ficariam com a sua disponibilidade reduzida em caso de quebra de safra. São também grandes exportadores de grão e de óleo de soja. Nas semanas anteriores as cotações nos mercados futuros de Chicago e de Dalian tinham subido justamente pela falta de chuva; quando elas vieram (e tem perspectivas de mais precipitações para os próximos dias), o mercado devolveu todas as altas que tinham ocorrido. Mas, o clima continua sendo um fator importante daqui para frente e deve ser seguido de perto”.
Outro fator são os estoques maiores do que o necessário de soja em grão e produtos, na China: “Aparentemente a China comprou mais do que precisava e deve passar algumas semanas sem fazer grandes compras, o que arrefece o lado da demanda e, com ela, as cotações nas duas bolsas”, ressalta o analista Luiz Fernando Pacheco.
Ele chama a atenção também para o fato de que, embora a área deva ser menor nos EUA, para a próxima temporada a produção brasileira de soja continua elevada: “A maioria dos analistas estima que a produção nacional se situará ao redor de 114 milhões de toneladas, como no ano passado, não pela produtividade, que deverá ser menor, mas pelo aumento da área (qual agricultor brasileiro se arriscaria a plantar menos soja, sendo que ela é o esteio da fazenda?). Talvez no ano de 2018 os preços do milho estejam tão elevados que estimulem a aumentar a área deste cereal, mas aí já será outra safra, estamos falando da safra de 2017/18”.
“Outro fator importante é o dólar que, nesta semana, subiu muito dadas as reviravoltas com as expectativas de aprovação das reformas da Previdência. Por isso resolvemos aumentar o texto sobre o dólar na p. 4. E a semana que entra parece que será decisiva. Se o governo conseguir aprovar esta reforma, ele volta para R$ 3,10, que seria o seu lugar apropriado. Se não, ficará de R$ 3,30 para cima”, alista.
De acordo com Pacheco, tudo isto levou o mercado a fazer “uma cumieira nesta semana. Subiu um pouco acima dos $ 10,00/bushel em Chicago e depois voltou a cair abaixo deste nível psicológico. Sinceramente, não vemos perspectivas de alta a curto prazo. Por isso, como já fizemos ao longo da semana, recomendamos fixar mais alguns lotes antes que caia mais. Se depois subir, você terá outros lotes para vender. As perspectivas a longo prazo dependem da resolução dos fatores acima, isto é, se a safra argentina vai ser boa ou não e se a China vai voltar a comprar forte. Não aposte. Melhor ser seguro do que perder tudo. E não se arrependa”. 
Fonte: Agrolink

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