
Desde 2012, quase dois milhões de mulheres entraram no mercado de 
trabalho no Brasil. No Paraná, foram 136 mil. No primeiro trimestre de 
2012, as mulheres eram 42,4% do total de pessoas ocupadas. Na pesquisa 
mais recente, feito no segundo trimestre de 2018, a participação subiu 
para 43,4%.
Para o presidente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento
 Econômico e Social (Ipardes), Júlio Suzuki, a recessão gerou um cenário
 em que as mulheres tiveram que sair para ajudar na renda familiar. 
Porém, em um processo de crise muito grave elas têm se destacado. “A 
inserção crescente da mulher no mercado de trabalho é um movimento 
global. Diante da crise nacional, principalmente nos dois últimos anos, 
houve um processo de busca por trabalho alternativo. Isso fica muito 
claro no caso da mulher, que demonstrou uma grande capacidade para 
diversificar e conseguir renda”, explica Suzuki.
Esse processo fica ainda mais nítido quando se observa o número de 
horas trabalhadas. Segundo a pesquisa do IBGE, de 2012 a 2018, as 
mulheres tiveram um aumento de 35,6 horas semanais para 36 horas. Já os 
homens, apresentaram uma redução de 42,4 para 40,8 horas semanais, no 
mesmo período.
RENDA EXTRA
É o caso da jornalista, Franciele Galo, que para 
complementar a renda decidiu conciliar o trabalho formal com a venda de 
produtos de beleza. Ela mudou de emprego e passou ter uma carga horária 
reduzida, mas também, com menor salário.“Como
 eu fiquei com um horário livre e precisava de uma renda extra, resolvi 
vender cosméticos. Mesmo tendo que me dividir entre o trabalho, a venda e
 a minha filha pequena, a experiência está sendo bacana”, diz Franciele.
RENDIMENTO
RENDIMENTO
No primeiro trimestre de 2012, as mulheres ganhavam o equivalente a 
67,9% do rendimento masculino. Já no segundo trimestre de 2018, este 
percentual passou para 75,2%.“Essa lacuna vem diminuindo e a mulher tem 
se preparado para isso. Em média ela estuda mais do que o homem e esses 
anos de estudo permitem maior inserção e melhores salários”, afirma e o 
presidente do Ipardes.
A pesquisa do IBGE mostra que o rendimento médio recebido pelas 
mulheres no segundo trimestre deste ano, é 51,88% maior que no primeiro 
trimestre de 2012 – passando de R$ 1.300 para R$1.976. O dos homens é 
maior 37,23%, também comparando os dois períodos.
AUMENTO
Apesar de as mulheres ganharem menos, o rendimento delas melhorou, 
nesses seis anos, mais que o dos homens, mas ainda existe uma diferença 
salarial entre homens e mulheres de cerca de 28%. Segundo Suzuki, entre 
os fatores que explicam essa diferença salarial estão a discriminação no
 mercado do trabalho e a falta de oportunidades iguais em cargos de 
poder, que demandem salários mais altos. “Muitas trabalham no serviço 
doméstico e recebem salários menores”, diz Júlio Suzuki
 
 
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